Segmento de luxo impulsiona expansão do Catarina Fashion Outlet

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A maior parte dos clientes do shopping, 55%, é da classe A. Crédito da foto: Fábio Rogério

As vendas tiveram crescimento entre 2016 e 2017, período de crise econômica no País. Crédito da foto: Fábio Rogério

Alheio à crise econômica, o segmento de luxo impulsiona a expansão do Catarina Fashion Outlet, às margens da rodovia Castelo Branco (SP-280), em São Roque. O local ganha 29 novas lojas, totalizando 160 operações -- que representam 200 marcas. A área bruta locável aumentou em 5.500 metros quadrados chegando a 30 mil metros quadrados.

A estimativa é de uma geração de 400 empregos diretos, que somados aos já existentes resultam em 2.200 trabalhadores. O investimento feito pela JHSF -- empresa proprietária do empreendimento -- para realizar a expansão não foi divulgado.

De acordo com o superintendente do Catarina, Jorge Pauli Niubó, estima-se que o outlet represente quase 3% dos empregos nos três municípios do entorno -- levando em conta que Araçariguama, São Roque e Mairinque possuiriam juntos 80 mil pessoas em idade economicamente ativa. “A gente tem um direcionamento de tentar contratar pessoas da região”, diz ele. A maior parte das 400 novas vagas já foi preenchida e cerca de 250 pessoas trabalharam nas obras.

2ª expansão

Inaugurado em 2014 com 89 lojas, o outlet passa agora por sua segunda expansão. A primeira foi em 2015. Com isso, torna-se o maior shopping no formato outlet do Brasil, afirma a JHSF.

Entre as marcas atraídas nessa nova etapa, estão grifes internacionais como Salvatore Ferragamo, Tommy Hilfiger e Gucci -- esta última com seu primeiro outlet na América Latina. São 21 lojas já em operação e o restante funcionará efetivamente nos próximos meses.

Jorge Niubó aponta um crescimento de vendas entre 2015 e 2016 de 30% -- lembrando que foi um ano de acréscimo de lojas -- e entre 2016 e 2017 de 8%. Para 2018, a expectativa é manter o ritmo de crescimento. Atualmente, o shopping tem uma taxa de ocupação de 100%. A maturação do conceito de outlet é um dos fatores para o bom volume de vendas.

A expansão completa o projeto inicial, quando espaços para potenciais amplificações já estavam pré-determinados. Novas ampliações não estão descartadas. A área atual do Catarina é de aproximadamente 270 mil metros quadrados, mas o espaço total da JHSF é de 600 mil metros quadrados. “Se o mercado suportar, se demandar, temos como mais que dobrar esse shopping”, afirma Robert Bruce Harley, presidente da JHSF Malls.

Público sem crise

A maior parte dos clientes do shopping, 55%, é da classe A. Crédito da foto: Fábio Rogério

Com a maior parte do público na classe A, um mix de lojas que inclui marcas como Burberry e Carolina Herrera, o outlet garante que a crise não foi sentida no empreendimento. Dados do Ibope Inteligência apresentados pelos executivos apontam que 55% dos clientes do local são da classe A, 23% da B1, 15% da B2, 6% da C1 e 1% da C2. “Tem muito a ver com essa consolidação das marcas internacionais em nosso empreendimento”, aponta Jorge Niubó.

O fluxo anual de visitantes é de 3 milhões de pessoas, número que se reverteria diretamente em compras, afastando o empreendimento do estereótipo do visitante que “apenas passeia” no shopping. Segundo Niubó, “78% das pessoas que vêm ao Catarina compram e cada pessoa entra em pelo menos 6.1 lojas. Isso está praticamente o dobro da média do Estado de São Paulo”. O valor médio gasto pelos consumidores seria de R$ 700.

Para atender esse público, o Catarina oferece até serviços gratuitos de transporte, que partem de pontos na capital paulista. A maior parte dos clientes seriam da capital e Grande São Paulo, em seguida da região do entorno como São Roque e Sorocaba e o restante de viajantes de todo o Brasil.

A empresa afirma que um dos grandes atrativos do local continua sendo os produtos a preços mais convidativos e que por isso promove desde o início uma conscientização junto aos lojistas para que forneçam condições vantajosas. “Ninguém sai de São Paulo -- dirigir 60 quilômetros -- para não ter preço”, diz Harley.

Os executivos destacam que dois pontos são essenciais para atrair os clientes: preço e localização. E a do empreendimento foi estratégica. O ponto englobaria 34 municípios, com 15 milhões de habitantes, representando 65% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.