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Ipea: retomada no emprego é modesta

22 de Dezembro de 2020 às 00:01

Ipea: retomada no emprego é modesta Taxa de ocupação pode aumentar um pouco e depois cair. Crédito da foto: Vinícius Fonseca / Arquivo JCS (31/7/2020)

A análise trimestral da conjuntura econômica do país, divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que apesar de visíveis, os efeitos da recuperação ainda são modestos no mercado de trabalho. Para o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Dimac /Ipea), José Ronaldo Souza Júnior, a perspectiva é que a taxa de desemprego aumente antes de começar a cair.

O aumento deve ocorrer mesmo diante de contínua expansão da população ocupada, uma vez que parte dos trabalhadores que saíram da força de trabalho durante a pandemia devem retornar ao mercado à procura de nova colocação, tanto pelo relaxamento das medidas de isolamento social, quanto pelo fim do auxílio emergencial.

“Para o ano que vem, devemos verificar aumento na taxa de desemprego por causa das pessoas que procuram trabalho. Mesmo com a recuperação no número de pessoas ocupadas, ainda assim podemos ter um aumento da taxa de desemprego”, observou.

O economista disse que, com o fim do auxílio emergencial, a tendência é de crescimento no número de empregos informais. “Com o tempo, as pessoas vão procurar de novo as atividades informais, em uma retomada do emprego informal até mais forte do que o formal, no ano que vem. Ainda assim, imagino que isso será insuficiente para atender a todos que devem voltar a procurar emprego. Tivemos uma queda repentina com a crise, que foi muito grande. É difícil conseguir diminuir a taxa de desemprego.”

O diretor lembrou que os estudos mundiais indicam que somente por meio da vacina se pode alcançar a imunização mais rápida contra a Covid-19. Por isso, o cenário de retomada da economia está condicionado ao início da vacinação. “Certamente o ritmo de vacinação estará ligado ao sentido da retomada da economia, principalmente, no setor de serviços que dependerá muito desse ritmo e da eficácia da vacinação”, observa. (Cristina Indio do Brasil - Agência Brasil)