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IPCA-15 é de 1,06%, maior nível em 5 anos

23 de Dezembro de 2020 às 00:01

IPCA-15 é de 1,06%, maior nível em 5 anos Preços dos alimentos exerceram pressão no índice este mês. Crédito da foto: Fábio Rogério / Arquivo JCS (3/4/2020)

A prévia da inflação oficial no País subiu 1,06% em dezembro, o maior resultado para o mês desde 2015, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) do IBGE. Houve pressão dos alimentos e também alta da energia elétrica, passagem aérea e combustível.

O resultado, no entanto, ficou abaixo da expectativa mediana de 1,16% apontada por analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast. No ano, o IPCA-15 fechou em 4,23%, um pouco acima da meta de 4% perseguida pelo Banco Central, mas com bastante folga dentro da margem de tolerância de até 5,5%.

Segundo Marcio Milan, analista da Tendências Consultoria Integrada, o IPCA fechado de dezembro deve trazer uma aceleração em relação ao resultado do IPCA-15. “O índice deve continuar sendo pressionado por um conjunto de fatores no fechamento do mês. Por um lado, os preços de energia devem acelerar mais, dado o impacto maior da mudança de bandeira tarifária para patamar vermelha dois. Os preços de combustíveis também devem continuar exercendo pressões de alta sobre o índice neste mês, em linha com o repasse dos reajustes efetuados recentemente. Em contrapartida, os preços de alimentos devem subir menos em relação ao IPCA-15, trazendo algum alívio para o índice.”

Em dezembro, os aumentos nos itens energia elétrica, carnes, passagem aérea e gasolina responderam por mais da metade da inflação do mês. A conta de luz subiu 4,08%, pressionada pela entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora.

Para o economista-chefe da AZ Quest, André Muller, os resultados do IPCA-15 corroboram que o choque sobre a inflação é temporário. Depois da divulgação, Muller reduziu a projeção para o IPCA de 2020, de 4,45% para 4,36%.

Um ponto crucial do IPCA-15 de dezembro foi o aumento mais brando que o esperado em Educação. Havia uma expectativa de recomposição maior dos descontos dados pelas escolas ao longo do ano devido ao impacto provocado pela crise da pandemia de Covid-19. “Mas pouquíssima parte (do desconto concedido) foi revertido”, apontou Muller.

“Isso mostra a dificuldade do setor de educação de retomar, o que evidencia que a dicotomia entre os setores na recuperação econômica segue bastante forte”, disse o economista Leonardo França Costa, do grupo de investimento ASA Investments. (Daniela Amorim e Thaís Barcellos - Estadão Conteúdo)

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