Indústria local avalia efeito do fim da fábrica da Ford

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Fechamento de fábrica em São Bernardo causa preocupação. Crédito da foto: Divulgação Ford

Fechamento de fábrica em São Bernardo causa preocupação. Crédito da foto: Divulgação Ford

As indústrias e concessionárias da região de Sorocaba analisam os impactos do fechamento da fábrica de caminhões da Ford, em São Bernardo do Campo. Para a regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), no entanto, a expectativa é de que os reflexos não sejam tão devastadores na região, pois o volume de produção de caminhões da marca já estava baixo há algum tempo e devido ao fato das indústrias locais também fornecerem autopeças para outras montadoras.

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A multinacional anunciou, no dia 19 de fevereiro, o fim das operações na unidade do ABC, uma decisão que deve refletir na extinção de até 24 mil empregos, conforme estimou o Sindicato dos Metalúrgico do ABC.

Em Sorocaba, indústrias que fornecem peças para a montadora ainda não falam em redução do quadro de funcionários. “Não está se falando em demissões por causa desse fato específico”, diz o diretor regional do Ciesp, Erly Domingues de Syllos.

De acordo com ele, a demanda por caminhões, antes absorvida pela Ford, será direcionada para outras marcas, sendo que as indústrias locais fornecem peças para diversas empresas.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) não tem estimativa do impacto local. Em nota, o presidente do SMetal, Leandro Soares, ressaltou o reflexo social e econômico do fechamento da fábrica. “Na nossa base, tomaremos todas as medidas cabíveis para que os trabalhadores não sejam afetados.”

A indústria Dana (sistemas de transmissão e suspensão) informou que analisa possíveis efeitos da decisão. Contudo, afirma: “não prevemos impactos negativos em nossas operações, pois a demanda por veículos comerciais deve ser atendida por outros de nossos clientes, compensando as reduções de programas com o aumento de outros. Nossas operações estão trabalhando normalmente e não há previsões de paradas”.

Segundo o SMetal, a Bosch (sistemas de direção, entre outros componentes) comunicou aos funcionários que busca outros clientes. Questionada, a marca respondeu: “A Bosch ainda está avaliando os impactos do fechamento da fábrica da Ford nos negócios da empresa e, por conta disso, não temos muito mais o que acrescentar neste momento”.

Concessionária

O gerente de vendas da concessionária Felivel Caminhões, Adilson Ferreira de Souza, conta que será realizada uma reunião nos próximos meses com a marca para definir questões como o pós-vendas, uma vez que os caminhões já vendidos possuem garantia, e ainda o fornecimentos de peças.

“Segundo a Ford, a parte de pós-vendas continua”, adianta Souza. A concessionária ainda opera normalmente, com peças e serviços, além de possuir alguns veículos no estoque. (Priscila Fernandes)