Guedes quer saída da ‘letargia’ em 2 estágios

Por

O ministro também falou sobre os efeitos da pandemia. Crédito da foto: Mateus Bonomi / AGIF / Arquivo Estadão Conteúdo (16/3/2020)

Ministro: “agora, a segunda onda é a econômica”. Crédito da foto: Mateus Bonomi / AGIF / Arquivo Estadão Conteúdo (16/3/2020)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu ontem que o País deve sair da “letargia econômica” em dois estágios, após a economia ter sido “atingida fortemente” pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O primeiro é o retorno seguro ao trabalho, e o segundo é seguir na agenda de reformas, disse Guedes em debate promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Logo no início da crise provocada pelo novo coronavírus, segundo o ministro, as ações se concentraram na questão da saúde, “a primeira onda que o país precisou enfrentar. Agora, a segunda onda é a econômica”.

Ao avaliar o resultado do PIB no primeiro trimestre do ano, o ministro da Economia, ele defendeu uma trégua e “cooperação” neste momento de crise, sob pena de o “barco naufragar”.

Guedes revelou que, em uma reunião realizada quinta-feira com integrantes da Casa Civil e dos ministérios da Economia e da Saúde, foram analisados protocolos de retorno ao trabalho adotados no mundo. Ele disse que as análises mostram que há casos de indústrias que souberam se proteger, como a da construção civil.

O ministro defendeu que o retorno seguro ao trabalho seja feito de maneiras diferentes, quando a saúde permitir. “Imagino que o retorno ao trabalho será segmentado. Não vai ser todo mundo ao mesmo tempo. Será por unidades geográficas. Há regiões onde o índice de contágio está sendo menor. Nas regiões com maior densidade demográfica, o risco de contágio é maior. Então tudo isso vai ser exatamente examinado daqui para a frente”, disse.

Guedes também reconheceu que o crédito não está chegando às micro, pequenas e médias empresas e prometeu novas medidas nas próximas semanas para resolver o problema. “O crédito ainda não está chegando na ponta. Falta capital de giro, a demanda é muito maior que oferta”, avaliou. “O desempenho não é satisfatório. Vamos jogar uma nova rodada de programas de crédito”, disse ele. (Agência Brasil e Estadão Conteúdo)