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Dólar sobe mais de 2% com guerra comercial e se reaproxima dos R$ 3,90

11 de Julho de 2018 às 11:17

Folhapress

O anúncio de que os Estados Unidos vão impor novas tarifas a produtos chineses e a ameaça de retaliação por Pequim puseram fim aos dias de relativa calmaria do mercado financeiro. O dólar avançou sobre as principais moedas, e as Bolsas mundiais fecharam em queda nesta quarta-feira (11).

O dia pode ser bem descrito como de aversão de investidores ao risco, quando eles preferem comprar dólares a manter aplicações em ativos considerados mais arriscados, como moedas de países emergentes ou investimentos em Bolsas de Valores. Isso apenas um dia depois de relatos de que a disputa entre as duas maiores economias do mundo já não parecia tão grave.

Na terça-feira (10), após o fechamento do mercado, os Estados Unidos anunciaram tarifas sobre mais US$ 200 bilhões em produtos importados da China, menos de uma semana depois de colocar em vigor a sobretaxa sobre US$ 34 bilhões em itens importados do país.

"Difícil prever o desfecho dessas tensões, mas acreditamos que há uma perda de dinamismo global, fluxos de capitais menos intensos, com correção de preços dos ativos e uma possível 'guerra cambial'. Efeito sobre confiança e decisões de investimentos também tende a ser negativo", escreveu a equipe de economistas do banco Bradesco em relatório.

O dólar avançou mais de 2% e fechou a R$ 3,882 um dia depois de fechar abaixo dos R$ 3,80 pela primeira vez em duas semanas.

Considerando uma cesta de 24 divisas emergentes, a moeda americana avançou sobre 23 delas. O dólar se valorizou também sobre as 16 principais moedas mundiais.

"No curto prazo, essa volatilidade vai continuar", diz Roberto Indech, da Rico Corretora.

As Bolsas mundiais amargaram perdas, com as principais baixas na Ásia e na Europa, que fecham mais cedo em comparação com os índices americanos.

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, cedeu 0,62%, a 74.398 pontos. O volume financeiro somou 9,9 bilhões de reais.

As ações da Petrobras pesaram com a queda do preço do petróleo, que sofreu com o desenrolar da guerra comercial e também com a notícia de que a Líbia deve elevar a oferta do produto. O tipo brent (referência internacional) caiu mais de 6% nesta quarta, a US$ 74,01 o barril.

Além do cenário externo, notícias relacionadas a empresas locais também pesaram no índice.

A Embraer, que acumula perdas desde que foi anunciado o acordo com a Boeing, sofreu com a decisão da companhia aérea americana Jetblue de jatos da empresa brasileira pelos da concorrente Airbus.