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Dólar fecha acima de R$ 3,90 pela 1ª vez em quase um mês

02 de Julho de 2018 às 15:16

A expectativa de acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China fez com que o segundo semestre do ano começasse com perspectiva negativa para o mercado financeiro. O dólar avançou sobre a maioria das moedas emergentes e fechou acima dos R$ 3,90 pela primeira vez em quase um mês.

Na próxima sexta entram em vigor as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump a US$ 34 bilhões em produtos chineses, mais um passo do conflito que se desenha desde março entre os dois países. De uma cesta de 24 divisas, o dólar avançou sobre 22 delas nesta segunda. Em um cenário de incertezas, investidores tendem a migrar recursos em países mais arriscados de volta para os Estados Unidos, considerado mais seguro.

O dólar subiu a 0,59%, a R$ 3,912, o maior patamar de fechamento desde 7 de junho. Naquele dia, o Banco Central começou a intervir no mercado de câmbio para conter a disparada da moeda. A atuação, que foi agressiva na primeira semana, começou a arrefecer. Na semana passada, o órgão fez apenas duas intervenções extras, por meio de leilões de linha (venda de dólares com o compromisso de recompra). Foram colocados cerca de US$ 3 bilhões no mercado.

Nas semanas anteriores, o Banco Central vinha atuando no mercado com a oferta de contratos de swap cambial (que equivalem à venda de dólares no mercado futuro). Desde que essas ações deixaram de ser realizadas e, desde então, o dólar subiu 3,4%.

Outro indicador que mostra o aumento do receio de investidores é o CDS (espécie de seguro contra calote de países). O CDS do Brasil avançou 1,60%, a 274 pontos. No ano, a alta é de quase 70%. As Bolsas mundiais também sentiram durante grande parte do dia o impacto da crise comercial. Na Europa e na Ásia, os principais índices fecharam no vermelho. As Bolsas americanas caíram durante boa parte dos negócios, mas inverteram o sinal ao final do pregão, ajudando também o Ibovespa. O índice, o principal do país, avançou 0,11%, a 72.839 pontos.

A alta foi sustentada principalmente pelas ações da BRF, que avançaram 12,72%, a R$ 20,29, na primeira sessão após o anúncio dos planos da companhia de vender fábricas para levantar R$ 5 bilhões com o objetivo de reduzir sua dívida. A Petrobras também trouxe contribuição positiva para o índice após avançar mais de 1%.