Comércio de Sorocaba abre à noite a partir desta segunda (03)

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Ana levou presentes para festa de crianças em igreja. Crédito da foto: Fábio Rogério

Esperança de comerciantes é que este ano o volume de vendas seja maior do que em 2017. Crédito da foto: Fábio Rogério

O horário estendido de abertura das lojas do comércio central de Sorocaba deve ter início nesta segunda-feira (03). A informação é da Associação Comercial de Sorocaba (Acso), que sugeriu a data aos comerciantes. Os lojistas que optarem por começar a nova rotina neste dia terão os estabelecimentos funcionando das 8h às 22h de segunda a sexta-feira e das 8h às 18h aos sábados.

O presidente da Acso, empresário Sérgio Reze, acredita que as vendas vão superar o desempenho na comparação com o ano passado: “Há uma expectativa muito boa.” Entre os fatores que levam a isso, ele enumera a eleição de outubro, que “dentro da normalidade democrática” definiu o novo presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o novo Congresso Nacional.

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Há otimismo entre comerciantes e consumidores, mas apesar de sinais de melhora na economia ainda percebe-se cautela. O gerente de uma loja de calçados, Jefferson Gomes da Silva, avalia que “a expectativa não é tão positiva, não, pois por mais que a gente queira ser otimista, a gente tem que ser realista.” Mas admitiu a projeção de trabalhar por um crescimento de 5% a 10% nas vendas em relação ao ano passado.

A proprietária de uma loja de roupas, Katia Aparecida Rodrigues, diz que a esperança é melhor em relação a 2017. “A gente não trabalha com uma porcentagem de aumento, mas aparentemente o povo vai começar a gastar um pouco mais, com menos medo”, prevê. Ela acredita, no entanto, que as pessoas tendem a priorizar o pagamento das contas antes de começar a comprar os presentes. “Contratamos apenas uma (funcionária) temporária por enquanto. Havendo necessidade, aumentaremos a equipe.” Katia também aumentou a quantidade de mercadorias no estoque à espera de boas vendas.

Alexandre: temporários quase dobraram equipe de vendedores. Crédito da foto: Fábio Rogério

A loja de calçados em que trabalha o gerente Alexandre Lucas Martins apostou no sucesso das vendas. Com a chegada de colaboradores temporários, dobrou o quadro devido ao otimismo para o período. “O ano inteiro foi melhor e em dezembro esperamos crescimento de 10 a 15%”, afirma.

Martins descreve que o estabelecimento tem investido na estratégia de vender produtos mais baratos e de boa qualidade. “Os nossos clientes não compram mais produtos caros, vão na lógica do custo-benefício”, define ele, acrescentando que a tendência é de que no Natal de 2018 as pessoas presenteiem mais umas às outras.

Everaldo vai comprar presentes para ele, esposa e filha. Crédito da foto: Fábio Rogério

O aposentado Everaldo Silva de Araujo, 58 anos, estava de olho nas vitrines. Apesar de dizer que “financeiramente o País não está muito bem”, ele brinca que “querer é poder”, para indicar que deve comprar presentes neste Natal. “Devo comprar para mim mesmo, para a minha esposa e filha, mas tudo de última hora”, comenta.

O vigilante Mauro Alves dos Santos, 46, considera que “este ano está difícil”. Apesar de agradecer por estar empregado, ele cita que será o momento de priorizar as contas. Com o que sobrar do dinheiro vai presentear os familiares mais próximos.

Centro comercial da cidade já vive intensa movimentação

Nas ruas e diante das vitrines, o consumidor também reflete as expectativas entre otimismo e cautela. A funcionária pública municipal Ana Lúcia Bitencourt Rosa, o supervisor comercial César Felizardo e o operador de máquina Vanderlei de Amorim, por exemplo, sem se conhecerem, foram ao centro comercial da cidade ontem de manhã, mas com objetivos diferentes.

Ana levou presentes para festa de crianças em igreja. Crédito da foto: Fábio Rogério

Ana Lúcia levava sacolas com presentes, César foi fazer pagamentos em lojas por compras anteriores e Vanderlei tinha a disposição de “fazer comprinhas, mas bem de leve”.

A funcionária pública disse que comprou presentes para a festa das crianças que acontecerá na Igreja Católica da Vila Jardini. “É só o começo (das compras de Natal)”, deixou claro Ana Lúcia. Por sua vez, César pretende fazer compras de Natal só mais perto da data, em torno de 20 de dezembro, para a brincadeira de amigo secreto que a família e amigos realizam, no ano-novo. “Não comemoro o Natal, não acredito em data comemorativa do Natal, mas prestigio o Réveillon”, disse César, que foi ao Centro com a esposa e dois dos quatro filhos.

Vanderlei disse que gosta e prestigia o Natal. Para ele, mais que uma data comercial, “o principal é o nascimento de Jesus”. (Esdras Felipe Pereira e Carlos Araújo)