Comer fora em Sorocaba está mais barato

Por Ana Claudia Martins

Para Selma Iabiku, ideal é conciliar qualidade e preço. Crédito da foto: Emidio Marques

A pesquisa indicou que o preço médio da refeição em Sorocaba teve queda de 2% entre 2017 e 2018. Crédito da foto: Emidio Marques

O preço médio da refeição fora de casa é menor em Sorocaba que em outras cinco cidades paulistas de porte semelhante, segundo pesquisa feita pela Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). Enquanto na cidade o preço médio da refeição é de R$ 31,32, em Santo André, por exemplo, chega a R$ 38,98.

Almoçar fora também é mais barato em Sorocaba que em Ribeirão Preto (R$ 35,09), Santos (R$ 34,90), São José dos Campos (R$ 34,00) e Osasco (R$ 32,52). Isso porque na cidade o preço médio da refeição fora de casa teve queda de 2%, enquanto que na maioria houve aumento. Almoçar fora de casa ficou 25,1% mais caro em um ano em São José dos Campos, onde o preço médio da refeição passou de R$ 27,19 em 2017 para R$ 34 em 2018. Outra cidade onde a refeição fora de casa subiu bastante foi Santo André, com aumento de 14,7% em um ano, passando de R$ 33,97 para R$ 38,98.

Os preços da alimentação variam muito de cidade para cidade e refletem a realidade econômica local

Em outras cidades, maiores que Sorocaba, como é o caso de Guarulhos, por exemplo, houve quedas expressivas no preço da refeição fora de casa: lá, o decréscimo foi de 7,5%. O preço médio passou de R$ 32,40 para R$ 29,96. Em termos comparativos, o preço médio da capital paulista é R$ 34,58, na região Sudeste R$ 35,72 e no Brasil R$ 34,84.

Para a diretora-executiva da ABBT, Jéssica Srour, os preços da alimentação variam muito de cidade para cidade e refletem a realidade econômica local. “É importante ressaltar que a pesquisa é um retrato do momento avaliado. As oscilações podem mostrar reposição de perdas nos anos anteriores ou acomodação dos valores de acordo com o momento econômico vivido em cada município”, comenta.

O valor gasto com o almoço representa 1/3 da renda média do trabalhador. Crédito da foto: Emidio Marques

O valor gasto com o almoço representa 1/3 da renda média do trabalhador. Isso equivale a desembolso mensal em torno dos R$ 766, o que corresponde a 34% do salário médio do brasileiro, atualmente em R$ 2.285,00 no período de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019, segundo a pesquisa. “Os estabelecimentos optaram por elevar menos ou até mesmo diminuir os preços do cardápio para reter seus clientes. Mais do que qualquer outro segmento, restaurantes são sensíveis a qualquer oscilação”, pondera Jéssica.

Em Sorocaba, a pesquisa apontou que o preço médio da refeição teve queda de 2% na comparação entre 2018 (R$ 31,32) e 2017 (R$ 31,97)

O levantamento foi divulgado na semana passada e realizado em 51 cidades brasileiras, em estabelecimentos comerciais que aceitam vale refeição como forma de pagamento. Em Sorocaba, a pesquisa apontou que o preço médio da refeição teve queda de 2% na comparação entre 2018 (R$ 31,32) e 2017 (R$ 31,97).

O estudo avaliou os valores praticados pelos restaurantes, lanchonetes e padarias em quatro categorias: comercial (estabelecimentos com serviço mais simples e que serve o popular “prato feito”), autosserviço (sistema self-service por quilo ou buffet a preço fixo), executivo (prato do dia com desconto em relação aos demais apresentados no menu) e à la carte (ambiente mais sofisticado onde o consumidor escolhe o prato que será preparado na hora). Em Sorocaba, além do preço médio da refeição, a pesquisa ainda apontou que, em média, o prato feito (comercial) custa R$ 27,59; no autosserviço/quilo R$ 31,42, e no sistema à la carte, R$ 54,65.

Comerciantes seguram o preço, clientes agradecem

Para muitos consumidores, comer fora de casa é momento de lazer, sobretudo aos finais de semana, mas para muitos trabalhadores é a rotina do dia a dia, principalmente de segunda à sexta. Por isso, muitas vezes os trabalhadores tentam conciliar preço mais acessível com a qualidade da refeição. Já os donos dos restaurantes reclamam dos constantes aumentos de alguns alimentos e do gás de cozinha, que subiu bastante no ano passado. Para não assustar o cliente, é preciso segurar os preços.

Para Selma Iabiku, ideal é conciliar qualidade e preço. Crédito da foto: Emidio Marques

A dentista Selma Iabiku afirma que, por conta do trabalho, costuma almoçar entre duas a três vezes por semana fora de casa. Ela gasta em média R$ 30 por refeição e procura preço acessível e qualidade. O mesmo faz o personal trainer Fernando Nena, 34 anos, que almoça quase que diariamente em um mesmo restaurante na Vila Fiori. Ele escolhe o local pela qualidade da refeição e pelo atendimento, e considera o preço de R$ 28 para comer à vontade acessível. “A vida profissional é corrida, tenho que ir de um lugar para o outro, então é mais fácil e prático comer fora”, aponta.

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O proprietário de um restaurante por quilo na rua Salvador Correa, Kléber Miguel, afirma que o preço médio da refeição no local durante a semana é de R$ 24,00. Segundo ele, no ano passado o feijão e o gás de cozinha subiram bastante, mas segurou os preços para não repassar todo o custo para o cliente. “O maior vilão é o gás de cozinha, com tantos aumentos.”

A dona de um restaurante na Vila Fiori, Juniara da Silva Conceição, lembra que no ano passado praticamente não subiu o preço das refeições. Para ela, o gás de cozinha também impactou bastante, por conta dos sucessivos aumentos. No restaurante, o prato feito custa R$ 18 e a comida por aquilo, R$ 38. (Ana Cláudia Martins)