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Cesta básica volta a subir após 3 meses em Sorocaba

13 de Novembro de 2018 às 07:20
Ana Claudia Martins [email protected]

Cesta básica volta a subir após 3 meses O aumento no preço da cesta em outubro foi de 1,48%, maior que a inflação. Crédito da foto: Fábio Rogério

Depois de três quedas consecutivas em julho, agosto e setembro, o preço da cesta básica sorocabana voltou a subir em outubro, para R$ 577,92. Na comparação com o mês anterior (setembro), a alta foi de 1,48%, ou R$ 8,45 pagos a mais pelo consumidor. Em relação a outubro do ano passado, o aumento foi de 1,25%. A pesquisa é feita mensalmente pela equipe do Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas (LCSA) da Unidade de Sorocaba (Uniso).

A alta da cesta básica sorocabana em outubro também ficou acima da inflação mensal medida pelo IPCA-15, que foi de 0,58% no mês e do IPCA (índice oficial), de 0,45%. No acumulado do ano, porém, ocorre o inverso: enquanto a cesta básica apresenta alta de 2,56%, a inflação medida pelo IPCA subiu 3,81% no mesmo período.

Segundo o coordenador da pesquisa, o professor e economista Lincoln Diogo Lima, dos 34 itens pesquisados na cesta básica sorocabana, 15 registraram alta. “No mês passado, os produtos que tiveram as maiores altas de preços foram: batata (22,79%), frango (17,05%), cebola (7,38%), carne de 1ª (6,80%) e o macarrão (5,02%)”, disse Lima.

A batata foi a grande vilã. Passou de 1,36 o quilo em setembro para R$ 1,67 em outubro (22,7%). As chuvas em grandes regiões produtoras contribuíram para a redução da oferta e o consequente aumento do preço. Nesta segunda-feira (12), em um supermercado do bairro Árvore Grande, em Sorocaba, o quilo da batata extra custava R$ 2,99. Quem foi às compras percebeu que o produto está mais caro.

O frango foi o segundo item que mais subiu, de R$ 5,28 o quilo para R$ 6,18 -- 17%, seguido pela cebola (de R$ 1,49 para R$ 1,60 -- 7,3%), e da carne bovina de 1º (de R$ 20,74 para R$ 22,15 -- 6,8%). No caso do frango, houve aumento na demanda interna e nas exportações. Quanto à carne bovina, o motivo seria o aumento de estoques de frigoríficos a fim de ampliar a exportações, principalmente à Rússia, que reabriu a compra do Brasil.

A pesquisa completa está disponível no link http://www.uniso.br/laboratorios/labcsa/.

Consumidores sentem aumento nos supermercados

O aumento nos preços do frango e da carne bovina de 1ª -- mostrados na pesquisa da desta básica sorocabana -- foram sentidos pelos consumidores nos supermercados. Os dois itens estão presentes na mesa do brasileiro e o frango, mais barato, costuma ser uma opção econômica para a alimentação das famílias.

Cesta básica volta a subir após 3 meses Ariane Dias: está mais caro. Crédito da foto: Fábio Rogério

A cozinheira Ariane Ferreira Dias, 26 anos, comprou frango no açougue de um supermercado nesta segunda-feira (12) e achou que o preço estava maior do que nas últimas semanas. “Subiu um pouco sim, está mais caro do que eu costumava pagar”, disse. Segundo ela, ainda assim o quilo do frango é mais barato que o da carne, principalmente a de 1ª.

Cesta básica volta a subir após 3 meses Márcia: tem de equilibrar. Crédito da foto: Fábio Rogério

Também notou o aumento nos preços do quilo do frango e da carne de 1ª a aposentada Márcia Cristina, 63. No supermercado, o quilo da alcatra era vendido a R$ 22,49. “A carne está um pouco mais cara, mas você acaba pagando mais barato em outros produtos que estão em promoção, então, acaba equilibrando um pouco. Os preços também variam entre um supermercado e outro. A gente tem de ir pegando o que está mais em conta naquele momento”, segundo Márcia.

O aumento das exportações influenciaram no preço do frango e da carne bovina. O frango, além de ser bastante consumido internamente, teve aumento na demanda externa. A carne bovina brasileira também deve ganhar mercado no exterior, com o fim do embargo da Rússia à carne de boi do Brasil.

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