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Cesta básica de Sorocaba sobe mais de 6% no mês de junho

11 de Julho de 2018 às 14:41

Regina Helena Santos - [email protected]

O leite e as carnes impulsionaram a alta de 6,29% no preço da cesta básica em junho, em Sorocaba, a maior do ano. O índice, bem superior a inflação oficial, que ficou em 1,26% pelo Índice de Preços ao Consumidor - Amplo (IPCA), tem como principal justificativa os problemas causados pelo desabastecimento, no final de maio, por conta da paralisação dos caminhoneiros. A alta do leite chegou a 28,83%, do frango a 23,87% e da carne vermelha de 1ª a 11,98%. Os dados são do boletim mensal da cesta básica, da Universidade de Sorocaba (Uniso).

No acumulado do ano, a cesta básica sorocabana já subiu 5,97%, frente a um IPCA de 2,60%. Depois de uma tendência de queda no ano passado -- que fechou com baixa acumulada de -5,8% -- o grupo de 34 itens agora atinge o maior índice para um mês de junho desde 1996. Na prática, isso significa que no mês passado o consumidor teve que desembolsar R$ 597,14 para adquirir os produtos considerados básicos, R$ 35,34 a mais que em maio.

"Sempre alguém paga a conta", disse a auxiliar administrativa Dora Pietrantonio, referindo-se à paralisação dos caminhoneiros. "A gente leva só o básico para não pesar muito no caixa, não dá mais para fazer compra do mês." Para a dona de casa Marta de França, essa também é a estratégia. "Estou pegando alguns leites para não ficar sem, mas vou pesquisar." O preço médio do litro do leite longa vida, segundo a pesquisa da Uniso, coordenada pelo economista Lincoln Diogo Lima, subiu de R$ 2,81 em maio para R$ 3,62 em junho. No preço do leite, além da greve, pesou também o período da entressafra.

Silvia acredita que greve não é justificativa para aumentos - FÁBIO ROG�RIO

Silvia acredita que greve não é justificativa para aumentos - FÁBIO ROGÉRIO

O frango foi o segundo item que mais subiu em junho, passando de R$ 4,86 o quilo para R$ 6,02. Problemas com o transporte das aves e de ração também são apontados como causas. "Eu não acredito. Sei que o que era perecível passou nos bloqueios", protesta a auxiliar de promotoria Silvia Moreira, ao lado do marido, o promotor de merchandising Fernando Bezerra da Silva.

"Temos granjas tão perto de Sorocaba, impossível os caminhões não terem conseguido passar", opinou a dona de casa Marilza Palma. Para ela, a solução está sendo comprar partes do frango que estão mais em conta, como coxa e sobrecoxa.

Em terceiro lugar entre os itens que mais subiram está a carne de 1ª, com variação de R$ 20,96 o quilo em maio para R$ 23,47 em junho. Neste caso, além da paralisação, o maior consumo, provocado pela Copa do Mundo, é apontado como um dos fatores de aumento.

Em queda 

Entre as quedas de preço, a maior foi registrada no quilo da batata (-23,20%), que passou de R$ 3,54 em maio para R$ 2,72 em junho. Em segundo lugar ficou a cebola (-18,80%). Ambos subiram muito com a crise de desabastecimento e a normalização da distribuição ajudou na redução, assim como o clima favorável para a colheita.