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Brasil é campeão mundial no consumo de café

23 de Maio de 2019 às 15:27

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Confira as matérias:

 

Brasil é campeão mundial no consumo do café

Segundo pesquisa da Abic, brasileiro toma seis vezes mais a bebida do que o restante dos países 

Números do setor sinalizam que o consumo interno deve continuar crescendo continuamente até 2021, a uma taxa média de 3,5% ao ano

Consumidores nacionais estão cada vez mais exigentes com a qualidade dos grãos e diferenças no preparo. Crédito da foto: Fábio Rogério

 

O Dia Nacional do Café é celebrado anualmente desde 2005 no dia 24 de maio, por iniciativa da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). A data foi criada para homenagear a bebida que é uma das paixões nacionais. Segundo uma pesquisa da própria Abic, o brasileiro bebe 6 vezes mais café do que o resto do mundo. O consumo per capita médio em 2018 foi de 818 xícaras, uma média equivalente a seis vezes maior do que a global.

 

No Brasil, maior produtor e exportador de café, o consumo foi calculado em 21 milhões de sacas anuais, número que representa em torno de 13% do que é bebido de café no planeta. Esse volume só fica atrás dos Estados Unidos, onde a bebida se tornou até protagonista de filmes policiais de tanto que é consumida. Os dados são da última pesquisa da Abic, divulgada em março deste ano.

 

As informações foram levantadas entre novembro de 2017 a novembro de 2018 e demonstram crescimento de 4,80% comparado ao mesmo período anterior. Também foi constatado na pesquisa que o consumo de cafés em pó atingiu 81% e expressos e em cápsulas 19%, do total da demanda nacional. De acordo com analistas, os números sinalizam que o consumo interno deve continuar crescendo continuamente até 2021, a uma taxa média de 3,5% ao ano, em decorrência da retomada econômica e de mudanças de hábitos de consumo do café pela população brasileira.

 

Em relação à qualidade, a pesquisa destaca que os consumidores brasileiros estão cada vez mais exigentes, como resultado de mais conhecimento sobre os atributos positivos do produto, como características intrínsecas, diferenças no preparo, diferentes terroirs (regiões produtoras específicas) e em decorrência de muita divulgação de concursos de qualidade. Esses fatores são ainda potencializados pelo interesse dos consumidores por cafés gourmet e especiais, que possuem melhor qualidade e valor agregado.

 

Vai um cafezinho aí?

As amigas Angélica e Lucinda dizem que a conversa fica melhor se acompanhada por café - Foto: Fábio Rogério (21/05/2019)

 

Vai um cafezinho aí? Essa pergunta faz parte da tradição brasileira e atualmente é muito difícil ficar longe dessa bebida que faz despertar os sentidos e acelerar os passos. Seja em casa, na cafeteria ou na padaria, um café sempre vai bem.

 

As amigas Angélica Fontes, 41 anos, e Lucinda Silveira, 33 anos, não dispensam um bom café regado a uma boa conversa. Angélica é psicanalista e afirma que o ato de tomar café sempre remete a boas histórias e boas lembranças. Mas para ela o café precisa ser especial, ou seja, puro, mas de alta qualidade. “Tomo café todos os dias e um café de boa qualidade é essencial, quando apreciado na companhia de amigos ou familiares fica melhor ainda”, destaca.

 

O mesmo pensa a pesquisadora Lucinda, que também não dispensa um bom café. Ela disse que toma a bebida pelo menos cinco vezes por dia e que tem um sentimento afetivo pelo café porque o bisavô dela foi produtor do grão, em Itu. “Café é sinônimo de boas lembranças e histórias, e tem sempre um valor afetivo agregado”, diz.

Ana Cláudia Martins

 

Padaria investe na variedade do preparo e qualidade dos grãos como diferencial

Além do tradicional expresso, o café pode ser coado na mesa do cliente 

O antigo coador de pano voltou a ser a estrela do momento para os apreciadores do café passado na hora - Foto: Erick Pinheiro (21/05/2019)

 

Fora do lar, além das cafeterias, as padarias também são um dos principais canais de venda de cafés de alta qualidade. É o caso da padaria Panini, no bairro Santa Rosália, em Sorocaba, que oferece aos clientes o famoso café colonial aos domingos e no dia a dia o tradicional cafezinho, seja na versão expresso ou na tendência atual que é o café coado na hora, direto na mesa do cliente.

A proprietária Ana Carolina Brocca Guilhen conta que aos domingos, das 8h às 13h30, os clientes podem saborear o café colonial com uma variedade de opções para agradar a todos os paladares. “É um brunch ou aquele famoso café da manhã da fazenda, completo e com o tradicional café passado na hora. É uma experiência única para os consumidores”, destaca.

A empresária afirma ainda que no dia a dia a padaria Panini oferece aos clientes o tradicional café expresso e em breve o café coado na hora na mesa do consumidor também será servido durante toda a semana, com um café de alta qualidade. “Nós trocamos o fornecedor de café exatamente para oferecer aos consumidores um produto especial, originário da fazenda Santa Rita. Os cafés são elaborados a partir da seleção dos grãos em seu momento ideal de maturação, torrados com a atenção cuidadosa que um café especial merece”, destaca a empresária.

Ana Carolina: "experiência única" - Foto: Erick Pinheiro (21/05/2019)

 

Segundo Ana Carolina, na padaria também é possível apreciar doces que têm como base de preparo o café. O estabelecimento também dispõe de uma série de doces e salgados, além de tortas, bolos e outras receitas e novidades, com inspiração europeia, além, claro, de uma variedade de pães. A padaria Panini Santa Rosália foi inaugurada no ano passado, mas traz toda a tradição e qualidade de sua primeira unidade, que funciona desde 2003 no Mangal.

Ana Cláudia Martins

 

 

Santa Fé tem qualidade premiada na França

Os cafés premiados foram classificados por terem sabores e aromas equilibrados

Luís Fernando: cuidados com a valorização do produto - Foto: Erick Pinheiro (21/05/2019)

 

Os cafés de alta qualidade, superiores ou gourmet ganham cada vez mais espaço na preferência de grupos de consumidores que valorizam sabor e aroma diferenciados. Pensando nisso, a marca sorocabana Santa Fé é responsável por produzir três bebidas da marca, que estão entre as 100 premiadas no Concurso Internacional de Cafés Tostados na Origem (AVPA Paris 2018). Segundo o diretor-geral do Café Santa Fé, Luís Fernando Leme, os tipos de café premiados da marca receberam medalhas de prata, bronze e categoria gourmet. “Os cafés premiados foram classificados por terem sabores e aromas equilibrados”, destaca Leme.

 

O Santa Fé foi premiado pelo terceiro ano consecutivo no concurso Internacional, na França, que contou com a participação de 150 cafés de 25 países. Desde novembro do ano passado, os cafés premiados da marca podem ser degustados nas lojas da rede. “Concorremos com três produtos e ganhamos com todos eles. Estamos mais uma vez muito satisfeitos com os prêmios e felizes com esse reconhecimento”, comenta Leme.

 

O tradicional Café Santa Fé foi fundado em 1954 por Osório Leme Filho em Sorocaba. Inicialmente realizava a comercialização do café torrado e moído. Em seguida, a marca apostou na produção de seu próprio café para levar seu sabor a um número cada vez maior de pessoas. E em 2001, foi pioneiro em trazer para o Brasil saches de café e depois, em 2007, as cápsulas de café.

 

Atualmente, a Santa Fé é responsável pela torrefação, moagem e comercialização de café, com capacidade produtiva diária de mais de sete mil quilos nas versões tradicional e arábico (em pacote) e expresso (em grãos, sachê e em cápsulas).

 

O empresário Luís Fernando Leme destaca que a valorização do produto começa muito antes de seu processo de fabricação. “A valorização tem início já na sua origem, ou seja, no plantio, na colheita, no carinho com a fruta bem cultivada, ou seja, toda a cadeia produtiva é avaliada”, aponta. Leme destaca ainda que o brasileiro está consumindo mais café e de melhor qualidade. “O café é sinônimo de alegria, felicidade e bem-estar”, afirma.

Ana Cláudia Martins

 

 

Duas paixões nacionais: café e chocolate

Estabelecimentos oferecem bebidas combinando esses dois queridinhos dos brasileiros

Laís é proprietária do Amor & Chocolate, onde o chocolate é um dos principais produtos. Foto: Fábio Rogério (21/05/2019)

 

Que o brasileiro é apaixonado por café e por chocolate, todo mundo já sabe. Mas quando dá para combinar essas duas paixões em uma única bebida, quente ou gelada, trata-se da combinação perfeita. Em Sorocaba, em pelo menos dois estabelecimentos é possível juntar essas duas delícias: na Oui Chocolat, no Jardim Paulistano, e na Amor & Chocolat, em Santa Rosália.

 

Na Oui Chocolat, onde os vários tipos de cafés, quentes e gelados, além dos doces, bolos variados e salgados, são os principais produtos oferecidos aos clientes, entre outros. Entre as bebidas quentes e geladas a base de café, são mais de 60 opções para o cliente escolher. O charme do local fica por conta de sua inspiração na cultura francesa e o simples ato de tomar um café de alta qualidade se transforma em um ritual de literatura e sabores. Nas paredes, trechos de poemas e poesias, e estantes com mais de 300 livros para os amantes da leitura. Segundo a proprietária, Ellen Simas Coutinho Heitor, ainda há livros infantis e os títulos podem ser emprestados pelos clientes para que leiam em suas casas e depois devolvam.

 

O mesmo perfil é encontrado no Oui Chocolat, que oferece mais de 60 opções de bebidas quentes e geladas - Foto: Fábio Rogério (21/05/2019)

 

Já na Amor & Chocolate, claro, o chocolate é o produto principal da loja, mas o café também ganha destaque em diferentes sabores e combinações, seja quente ou gelado. No local há opções para agradar todos os paladares quando o assunto é café e chocolate. Além do expresso, a bebida também pode ser consumida com conhaque, no estilo gourmet com diversas combinações de leite cremoso, barra de chocolate, amarula, chantilly, nutella, morangos picados, ovomaltine, leite condensado, entre outros ingredientes. Além disso, há ainda sobremesas com café, como a “Affogato”, que é feita com sorvete de creme, café expresso, ganache de chocolate e chantilly. A proprietária, Laís Maíra Tomé Tonelli, destaca ainda as diversas opções de chocolates seja em barras, bombons e outros produtos já em embalagens prontas para presente, além de salgados para acompanhar o café.

 

Ana Cláudia Martins

 

Estudos mostram aumento na atividade cognitiva e ação antioxidante - Foto: Fábio Rogério (21/05/2019)

Consumo de cafeína deve ser na medida certa

É importante pensar nos efeitos da bebida para a saúde das pessoas

O Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo. Na primeira refeição do dia, durante o horário de trabalho ou até com eventos especiais nos fins de semana, o produto faz parte da rotina e da história de milhares de brasileiros. Assim, é importante pensar nos efeitos da bebida para a saúde das pessoas.

 

A nutricionista Valéria Paschoal fala sobre o assunto. Segundo ela, em termos gerais, estudos mostram que até 360 miligramas (o equivalente a seis xícaras de cafezinho) não tem impactos importantes para a saúde. “Há estudos mostrando que, para crianças tomar café pela manhã, pode ter benefícios na atividade cognitiva. Outras pesquisas demonstram que o cafestol, o fitoquímico presente no café, tem atividade antioxidante na prevenção de várias doenças, afirma.

 

“Há pessoas que tomam o café e pequenas quantidades têm impacto na saúde, como maior hiperatividade, dificuldade de ter relaxamento, mas é coisa individual”, comenta. Para avaliar se o consumo acima desses parâmetros terá impactos negativos na saúde, acrescenta a nutricionista, é preciso averiguar diferentes elementos e características, como o quadro gástrico do indivíduo. O mesmo vale para os efeitos de agitação sobre o sono para quem toma a bebida à tarde ou à noite. De acordo com o metabolismo, as pessoas podem ou não sentir reações.

 

Apesar de não haver efeitos importantes na saúde das pessoas, Valéria alerta que o consumo de uma grande quantidade da bebida pode prejudicar a absorção do cálcio, facilitando a ocorrência do osteoporose. Ela sugere o consumo do café orgânico, e no preparo coado. “Este é o mais saudável”, recomenda a nutricionista.

 

Agência Brasil

 

André explica que, no Trebono Café, os grãos são torrados na hora e o café é coado especialmente para o cliente - Foto: Fábio Rogério (21/05/2019)

Cafeterias investem em sabores especiais

Com cursos e degustação, objetivo principal é proporcionar aos consumidores novas experiências gastronômicas

As cafeterias já perceberam que os consumidores estão em busca dos cafés especiais, onde eles são remetidos a uma experiência única pelos sabores e aromas de produtos de alta qualidade. O uso de cápsulas em máquinas domésticas ou empresarias está em expansão, mas foi ultrapassado pela preferência por grãos torrados de cafés especiais. Algo que vem ganhando espaço com toda essa produção é a degustação do café em ambientes dedicados à bebida. Locais que atendem aos mais exigentes paladares com produtos nacionais e importados da maior qualidade.

 

Em Sorocaba as cafeterias seguem na mesma direção, como é o caso da Bendita Cafeína e da Trebono Café, onde o simples ato de tomar um café torna-se uma experiência única de aromas e sabores. A proprietária da Bendita Cafeína, Camila Machado Silva, conta que trabalha com os chamados cafés especiais e os gourmet. “Eles são do tipo 100% arábica e produzidos geralmente por pequenos produtores com total controle da produção, desde a origem, do cultivo, do plantio, e de todo o processo de moagem e torra”, diz. Segundo Camila, todo esse cuidado traz para o consumidor um café especial, de alta qualidade, aroma e sabor. “O hábito de tomar café ganha uma nova roupagem, onde a experiência leva o consumidor a conhecer e identificar as notas sensoriais do café, como se fosse um vinho de qualidade superior”, destaca.

 

Na cafeteria, que fica no bairro Campolim, pequenos grupos podem agendar uma aula sobre a história do café, métodos de extração da bebida, a origem dos cafés especiais, com o objetivo de aprender e identificar as notas sensoriais. “Estamos atraindo um público novo que está aprendendo a apreciar o verdadeiro gosto, aroma e sabor de um café especial”, aponta Camila.

Camila, da Bentida Cafeína, leva para o consumidor um café especial, de alta qualidade, aroma e sabor - Foto: Fábio Rogério (21/05/2019)

 

Já na cafeteria Trebono Café, também no Campolim, o proprietário André Ubaldo Dorta, além de oferecer diversos tipos de cafés especiais, ainda disponibiliza para o consumidor um curso on-line de barista: que é o profissional especializado em cafés de alta qualidade. No local, a experiência de tomar um café de excelente qualidade é praticamente semelhante a experiência de apreciar um vinho fino, de alta qualidade. O cliente pode cheirar diferentes tipos de grãos e escolher o que mais lhe agrada. Em seguida, os grãos são torrados na hora e o café é coado especialmente para o consumidor.

 

“Outra possibilidade é escolher outro método de extração da bebida como a prensa francesa, americana, entre outros. E o ideal é saborear o café sem adição de açúcar ou adoçante, para que a pessoa realmente sinta o sabor do café”, aponta André.

Na cafeteria Santa Crema, no Jardim América, o café especial de alta qualidade também é o principal destaque para os clientes. O sócio-fundador, Jhonson Portela, afirma que o ato de tomar um café especial é uma experiência única para o consumidor. “O cliente é remetido a uma experiência de alto nível”, aponta. Na Santa Crema, além dos cafés, quentes e gelados, há ainda sanduíches, massas, saladas, doces, pães especiais com fermentação natural, entre outras opções.

 

Ana Cláudia Martins

 

Segmento de café gourmet aumenta no País

Com cursos e degustação, objetivo principal é proporcionar aos consumidores novas experiências gastronômicas

A maior parte dos consumidores de café especial prefere usar o produto em grãos - Foto: Fábio Rogério (21/05/2019)

O Brasil é considerado o maior fornecedor de cafés especiais do mundo. Ao longo da safra, a produção de cafés especiais é praticamente toda comercializada, sendo 90% dela destinada à exportação e 10% ao consumo interno. A demanda interna e externa deste tipo de produto é crescente e a nação do café já acompanha em ritmo forte essa tendência mundial. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), a maior parte dos consumidores está consumindo o café especial em grãos, representando entre 40% e 50% do volume total de vendas.

 

Esse tipo de cliente gosta da experiência de moer o próprio café em casa e está disposto a investir no maquinário para tal, como moedores. São os chamados coffee lovers! Mas, o que torna um café especial? O estudo encomendado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) considera café especial o produto com pontuação maior que 80 no índice de avaliação sensorial da Specialty Coffee Association (SCA), certificação de origem e sustentabilidade, rastreabilidade, 100% arábica  cultivado a pelo menos 800 metros acima do nível do mar e preço premium. Em termos gerais, estas qualificações garantem um café com fragrância, uniformidade, ausência de defeitos, sabor, corpo, finalização e harmonia muito superiores aos café de grãos tradicionais.

 

Segundo a BSCA, alguns fatores explicam o crescimento do consumo de cafés especiais, começando pelo trabalho de estímulo à produção e à capacitação de produtores, que precisam ser diferenciadas, assim como a qualificação de baristas e, claro, do próprio desejo de consumidores, que têm buscado cafés de excelência para vivenciar uma experiência gustativa diferente, proporcionada por grãos que possuem atributos sensoriais perfeitos, com corpo e acidez equilibrados.

 

A pesquisa também identificou um grande número de cafeterias gourmets no Brasil. Segundo o levantamento, há um número aproximado de 13 mil estabelecimentos que vendem café premium no País e a maioria deles se dedica mais à experiência de tomar café do que à simples venda de produtos. Esse tipo de cafeteria oferece cursos de métodos de preparo com variadas origens de café, além da presença constante de baristas profissionais. O café especial torrado exige uma torra fresca, já que com os dias há perdas de sabores e aromas causados pela oxidação.

 

Ana Cláudia Martins

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