Exposição apresenta obras de artistas do modernismo

Mostra foi originalmente organizada pelo jornalista Oscar Pedroso D’Horta em homenagem a Ciccillo Matarazzo, industrial, mecenas e figura central da arte no Brasil

Por Cruzeiro do Sul

Obras de Tarsila do Amaral e Victor Brecheret estão entre as atrações, a partir de sexta-feira, no Sesc

O Sesc Sorocaba, em parceria com o Museu Fábrica de Artes Marcos Amaro (Fama), de Itu, realiza a exposição “Dos Artistas a Francisco Matarazzo Sobrinho Ciccillo”. A mostra será aberta na sexta-feira (22), às 19h, no Sesc Sorocaba, localizado no Jardim Faculdade.

A atividade reúne 48 obras de artistas modernistas, entre eles, Tarsila do Amaral e Victor Brecheret. A exposição foi originalmente organizada pelo jornalista Oscar Pedroso D’Horta (1908-1975) em homenagem a Ciccillo Matarazzo (1898-1977), industrial, mecenas e figura central da arte no Brasil.

Com curadoria de Emerson Ribeiro Castilho e de Mauricio Korgiski, a mostra fica em cartaz até 5 de outubro e integra o acervo do Museu Fama.

“Esta exposição coloca em evidência não apenas a produção artística de grandes modernistas, mas também a memória de Ciccillo como um articulador essencial da arte no Brasil”, afirma Castilho.

Origem do álbum

Em 16 de novembro de 1953, numa festa na casa de Oscar Pedroso d’Horta (1908-1975), jornalista, advogado e político brasileiro, foi oferecido a Ciccillo Matarazzo (Francisco Matarazzo Sobrinho) um presente muito especial: um álbum reunindo 48 trabalhos, dos mais importantes artistas daquele período, contendo desenhos, aquarelas e gravuras, cada um deles fixado em uma prancha de papel 72,5 x 50,5 cm.

Entre 1947 e 1953, o Brasil viveu uma das fases mais intensas da vida cultural e artística do País. Foram criados nesse período o Museu de Arte de São Paulo (1947), o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1948), e o Museu de Arte Moderna de São Paulo (1948). Os três eram, na época, novos tipos de instituição para o país. Destes novos museus o que trouxe a mais importante contribuição para a arte moderna, naquele momento, foi o Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, fundado por Ciccillo Matarazzo e sua esposa, Yolanda Penteado.

Em 1951, como um evento exclusivo da programação artística do MAM-SP, Ciccillo criou a 1ª Bienal Internacional de São Paulo, um marco na história da arte no Brasil. A 2ª Bienal de São Paulo foi bem mais significativa do que a primeira, nela havia salas especiais de Henry Moore, Calder e Picasso, este representado por 51 obras, entra as quais “Guernica”. Considerada uma das mais importantes exposições coletivas que já ocorreram no mundo.

Polêmicas

O critério de seleção dos artistas brasileiros foi, entretanto, alvo das mais acerbadas polêmicas. Ciccillo Matarazzo era o presidente da comissão encarregada da comemoração do 4º Centenário e dirigia um exército de pessoas para coordenar a tempo os inúmeros festejos, a inauguração do Parque Ibirapuera, do Ballet do IV Centenário e de outras centenas de eventos. Sofria ainda com o então prefeito Jânio Quadros, que não perdia a oportunidade de atacá-lo através da imprensa.

Devido justamente a todas essas pressões, Oscar Pedroso d’Horta resolveu articular uma homenagem dos artistas, procurando dar a ela um caráter mais íntimo e carinhoso. Ciccillo foi convidado pelo amigo para um “uísque” e lá homenageado com uma festa surpresa e a entrega do presente.

O público pode visitar a mostra “Dos Artistas a Francisco Matarazzo Sobrinho Ciccillo” de terça a sexta-feira, das 9h às 21h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30. (Da Redação)