‘Louvart’ é palco para aprendizado e mostra dos talentos cristãos
Evento contou com oficinas, palestras e mentorias de profissionais reconhecidos, atraindo participantes de Sorocaba e região
Formar artistas cristãos com base técnica e propósito foi o foco do “Louvart”, evento que reuniu músicos, dançarinos, atores e artistas visuais, na Vila Jardini em Sorocaba, em um dia inteiro de aprendizado e troca de experiências, no último final de semana. A iniciativa, da Escola de Música Welfarah, ofereceu oficinas, palestras e mentorias com profissionais reconhecidos, atraindo participantes de diferentes faixas etárias de diversas cidades da região.
Mais que um simples treinamento, a proposta foi despertar em cada aluno a consciência de que a arte pode e deve ser exercida com excelência, propósito e profissionalismo.
O adolescente Rafael Lisboa, de 12 anos, aluno da oficina de bateria, resumiu o sentimento de muitos participantes. Com um pouco de timidez e as baquetas nas mãos, ele compartilhou seus planos. “Quero ser um baterista profissional, tocar melhor na igreja e passar meus conhecimentos para outras pessoas”, disse, durante a aula. Segundo ele, a oportunidade de estudar é rara — e deve ser abraçada com dedicação.
Na oficina de violão, o clima era o mesmo. Samuel Farias, de 57 anos, participou com a energia de um iniciante, apesar de tocar desde os 11. Para ele, música é mais que hobby — é serviço. “Deus nos dá um dom, e a gente devolve louvando com excelência. Técnica e espiritualidade precisam andar juntas”, refletiu. Samuel participa de uma banda em sua igreja e vê no Louvart uma ferramenta para continuar aprendendo, mesmo após décadas de prática.
O início
A idealizadora do projeto, Welfarah Lima, explicou que o Louvart surgiu da demanda crescente por formação artística nas igrejas, que muitas vezes valorizam apenas o canto ou a música instrumental, deixando de lado outras expressões, como teatro, dança e artes visuais.
“A ideia era não cuidar só de uma área. Quando você cuida só do canto ou só do instrumental, a igreja fica manca. O setor artístico é um conjunto”, afirmou. Segundo ela, o evento teve apoio de igrejas, empresários e patrocinadores. A proporção do evento tomou rumos que não imaginavam. “Tivemos alunos vindos de Araçoiaba, Salto de Pirapora e Pilar do Sul, e procura por interessados de outros estados. Isso para nós é muito gratificante”, ressalta.
Além da programação diversa, um dos grandes diferenciais foi a estrutura organizacional do evento, como explicou um dos “capitães”, Maycon Douglas de Sousa Aguiar. “Tivemos mestres, mentores e capitães. Os mestres são os grandes nomes da área, os mentores são professores experientes e os capitães acompanham cada turma o dia inteiro. Cada detalhe foi pensado para oferecer uma experiência real de aprendizagem”, disse.
O futuro do Louvart
Welfarah deixou claro que o Louvart é só o começo. A recepção calorosa dos participantes e o impacto gerado já impulsionam planos ambiciosos para o futuro: edições maiores, eventos com mais dias de duração e até mesmo uma feira ou acampamento artístico cristão.
“O feedback foi de que as pessoas saíram transformadas, renovadas. Elas entenderam que não é só cantar ou dançar — é um chamado. É salvar vidas com a arte. E a igreja, que sempre foi um celeiro de talentos, precisa investir nisso”, afirmou ela.
O evento terminou, mas o Louvart se mostrou mais que um encontro: um movimento que valoriza a arte cristã como forma legítima de expressão, transformação e vocação. (Murilo Aguiar - programa de estágio)