Flip termina como começou: exaltando o poeta Leminski

Cerca de 34 mil pessoas passaram pela recém-encerrada 23ª edição da Feira Literária de Paraty (Flip), que teve como autor homenageado o escritor e poeta curitibano Paulo Leminski. O número, segundo a organização da festa literária, representa um aumento de 10% em relação ao público do ano passado.

A abertura do evento, em 30 de julho, teve Arnaldo Antunes, amigo e parceiro artístico de Leminski, contando histórias e lendo trechos de suas obras no palco principal. A ex-companheira do autor, com quem esteve por 20 anos, a poeta Alice Ruiz também foi um dos destaques da programação principal.

“Leminski era um elo entre a cultura e a contracultura. Sempre libertário na forma e no conteúdo”, disse Arnaldo Antunes. Considerado um dos grandes nomes da poesia brasileira do século 20, Leminski (Curitiba, 1944-1989), foi também ensaísta, biógrafo, músico, publicitário, judoca faixa-preta e tradutor de autores como Samuel Beckett, James Joyce e Petrônio.

As filhas do poeta consagrado, Estrela e Áurea Ruiz Leminski, compartilharam suas histórias e suas perspectivas sobre as obras do pai, durante a participação em diversas atividades da Flip. Estrela contou sobre o trabalho da família para que a obra de Leminski pudesse continuar se expandindo, chegando a mais pessoas e alcançando um espaço “que ele sempre mereceu e que ele sempre batalhou muito para estar”.

“É como se passasse um filme na minha cabeça, porque eu não consigo não pensar nele em casa produzindo. E, por ser filha, além de um lugar muito afetivo, tem um lugar de ver essa obra crescendo”, disse. “Quando ele partiu, era um poeta importante para Curitiba. Ao longo do tempo, ele foi virando uma referência do Paraná. Hoje, ele já é um grande escritor do Brasil. A partir da homenagem da Flip, eu tenho certeza que ele é uma das referências internacionais. Ele vai ser um dos nomes lembrados, quando as pessoas pensarem no Brasil”, ressaltou Estrela. (Agência Brasil)