IA leva preocupação ao mundo da música

Por Cruzeiro do Sul

"The Velvet Sundown" tem 1 milhão de seguidores

O reconhecimento de que o grupo de rock americano The Velvet Sundown, seguido por 1,1 milhão de pessoas no Spotify, era na realidade gerado por inteligência artificial (IA) sacudiu a indústria musical e marcou “o início de um fenômeno”, segundo especialistas.

Sem ir tão longe como no caso do The Velvet Sundown, cada vez mais artistas reais recorrem a ela como ferramenta criativa. Em seu último álbum, BEYAH, o rapper congolês-belga Damso incluiu uma música com coros gerados por IA. “Estamos testando, é uma ferramenta”, explicou.

Outros artistas a utilizam para modificar sua voz, como a compositora francesa de música eletrônica Delaurentis (Musicalism) e o DJ e produtor canadense Caribou. Também circulam rumores sobre o uso da IA na música “Toi et moi”, do rapper francês Jul, na qual sua voz aparece tão modificada que gera dúvidas entre os ouvintes. Jul não as dissipa, o que alimenta a intriga.

A IA generativa permite compor faixas instrumentais para playlists ou até mesmo músicas completas cantadas por “artistas falsos”, como The Velvet Sundown.

O influente produtor americano Timbaland lançou, em junho, o selo Stage Zero, focado no “A pop” (pop artificial). Sua primeira artista, TaTa, tem toda a aparência de uma estrela pop ù incluindo o cabelo rosa ù, mas não existe no mundo real.

“A IA generativa tem o potencial de transformar a indústria musical, acelerando e reduzindo os custos de criação e produção”, explicou Lisa Yang, analista da Goldman Sachs, em junho, durante um evento em Paris. (AFP)