Museus preservam as memórias e estimulam a cultura e as reflexões
Instituições de arte reforçam o papel fundamental dos seus espaços culturais para a formação da sociedade
Os museus são ambientes que, por meio de artefatos históricos e obras de arte, interligam o passado e o futuro, preservando memórias e estimulando reflexões. Para reforçar o papel fundamental destes espaços culturais para a formação da sociedade, hoje (18) o mundo inteiro celebra o Dia Internacional dos Museus. Em Sorocaba, a data é lembrada não somente com atividades e exposições, mas também como uma oportunidade.
No Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (Macs), localizado na região central da cidade, a oficina “Se Essa Obra Falasse A Estrela é Você no Museu”, realizada pelo professor Sadao Mori, e a apresentação “Anamnesis” marcam a semana em comemoração ao Dia Internacional dos Museus. A intenção por trás dessas atividades é atrair, cada vez mais, visitantes.
“O museu para qualquer cidade, seja qual for, é importante. A arte é capaz de transformar. As obras abrem para o público o momento em que o artista estava vivendo, abrem a oportunidade de refletir sobre o sentimento causado por aquela pintura”, explica a coordenadora de projetos do Macs, Marta Lima Dias da Silva. “É uma forma de educação não formal.”
No mundo da arte contemporânea, a transformação vai além de um determinado momento histórico, de acordo com a profissional. Enquanto outros períodos da história da arte, como medieval e renascentista, retratam a realidade da época, a contemporânea valoriza a liberdade artística, a subjetividade e a abstração.
“A produção contemporânea nunca está pronta, porque depende da interpretação de quem está vendo, isto é, do espectador. Por mais que o artista faça a obra, cada pessoa tem uma visão diferente”, aponta Marta. “Portanto, não é um artista que está falando com você. Ele fez e deixou você falar com você mesmo, com a cultura e conhecimentos que você possui. Por isso que a arte contemporânea é uma coisa fascinante.”
Assuntos atuais
Muito além da criatividade e senso crítico, a arte contemporânea, como o próprio nome já indica, está ligada a temas atuais. Desde o dia 12 de abril, o Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba está com a exposição “Árvores”, com esculturas de Jaime Prades e Rodrigo Brag.
As obras dialogam sobre a potência simbólica e material da árvore como elemento vivo e também conceitual. Nas produções de Prades, as obras são feitas com madeira descartada, como partes de móveis e outros objetos. A construção orgânica destaca um assunto importante para o cotidiano: a reciclagem.
“Nós costumamos receber muitas visitas de escolas, portanto, é mais uma oportunidade de reforçar para as crianças que é possível reciclar os materiais, criar algo novo com o velho”, destaca Marta. “E particularmente, gostamos muito de receber alunos no Macs, pois são os adultos de amanhã. É a possibilidade de formarmos futuros artistas, futuros arquitetos, futuros visitantes de museus e futuros cidadãos.”
Junto com as esculturas de Prades e Brag, a sala também abriga a exposição “Grandes Formatos: a Pintura no Acervo do Macs”, que reúne trabalhos de artistas de diferentes gerações e perspectivas técnicas. Embora não tenha uma linha ou um tema que conecte as obras, a intenção é criar uma aproximação do público com a gestualidade presente nas pinturas que ocupam o espaço de forma expansiva.
Ambas as exposições seguem abertas para o público, gratuitamente, até o dia 21 de junho.
Coração do Macs
Atualmente, o acervo do Macs é composto por mais de 750 peças, de variados formatos e artistas. Contudo, as obras não ficam restritas somente ao espaço do museu. Muitos itens são emprestados para exposições nacionais e internacionais.
Esses itens são catalogados e armazenados em uma sala, mais conhecida como “Coração do Macs”. De acordo com Marta, o cômodo ganhou esse nome, pois é de onde saem as exposições.
“Nós temos o entendimento de que o lema do Macs é ter essas obras para expor, para o público vir visitar. Porém, durante o ano, não conseguimos criar exposições que comportem todas elas. Portanto, fornecemos para compor em outros museus”, explica a coordenadora de projetos. “Desta forma, a cultura do Macs não fica somente aqui, nós a espalhamos também.”