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Exposição encerra estudo sobre artes visuais no Chalé Francês

10 de Novembro de 2018 às 06:30

Exposição encerra estudo sobre artes visuais Obra de Camila Fontenele compõe a exposição, no porão do Chalé Francês. Crédito da foto: Divulgação

“As coisas não aparentam ser o que são”. A frase, pista que sugere camadas de subjetividade no olhar do espectador, dá nome à exposição coletiva que será aberta hoje, às 10h, no porão do Chalé Francês, sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) - regional Sorocaba. A entrada é gratuita.

A mostra, que reúne 13 obras, entre pinturas, fotografias, desenhos e esculturas, marca o encerramento das atividades de 2018 de um grupo de estudos de arte contemporânea, organizado pela Roberg Galeria. Participam da exposição os artistas sorocabanos Bia Caiuby, Camila Fontenele, Claudia B. Guimarães, Dagô, Elza Tortello, Laura Mattos, Liliana Alves, Mazé Perbellini, Pedro Lopes, Renato Tavares, Silvana Sarti. E também Pola Fernandez Quintana, de Itu, e Antonio Pires, de Águas de São Pedro.

Com curadoria de Allan Yzumizawa, a exposição tem como referencial teórico a categoria de “espectador emancipado”, desenvolvida pelo filósofo francês Jacques Rancière, no qual a exposição parte do trabalho artístico como um ponto de disjunção que não conclui e que não se fecha, mas que se completa ao se agenciar com o olhar ativo do espectador. “A tentativa de unidade que procurei criar entre os trabalhos tão diferentes entre si foi que todos têm uma uma segunda camada interior, um significado que não está colocado de maneira explícita e escondem outros significados. Mas também é uma uma provocação para o espectador tentar descobrir o que há por trás, que é aquilo que nem o artista sabe o que é”, afirma.

Exposição encerra estudo sobre artes visuais Trabalhos também poderão ser conferidos em seminários com a presença dos artistas. Crédito da foto: Divulgação

Yzumizawa destaca que a exposição, realizada pela Roberg Galeria com apoio do IAB, celebra o encerramento do ano letivo do grupo de estudos de artistas visuais formado em maio, no qual ele atua como “provocador”, por meio da indicação de leitura de obras acadêmicas e filosóficas, e “mediador” dos encontros semanais.

Além de discussões dos textos, detalha o coordenador, a cada semana um artista leva seus trabalhos ao grupo, para que sejam submetidos a “apontamentos, comentários, críticas e resoluções”. “A exposição é um resumo das obras criadas do zero ou de pesquisas amadurecidas neste percurso coletivo”, diz o curador.

Tendência nas cidades com forte movimento cultural, os grupos de estudos, segundo Yzumizawa, são uma grande oportunidade do artista visual partilhar os olhares de suas obras com seus pares, já que, em geral, a produção no ateliê, é solitária. “Também é um exercício de desprendimento. A partir do momento que trabalho de arte é como um filho que o artista põe no mundo, por mais que venha de dele, já não pertence mais a ele”, conclui.

A exposição “As coisas não aparentam ser o que são” pode ser vista hoje, das 10h às 14h. Os trabalhos ainda poderão ser conferidos em dois seminários temáticos que ocorrerão neste mês, com a presença dos artistas. O primeiro, intitulado “Inconsciente e subjetividade”, será no dia 14 (quarta), das 14h30 às 17h; e o segundo “Arquitetura e paisagem nas artes visuais”, no dia 22 (quinta), das 19h às 21h. O encerramento ocorre no dia 24 (sábado), das 10h às 14h.

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