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‘Decênio’ traz Fabio Gouvea de volta a Sorocaba no teatro do Sesc

08 de Fevereiro de 2020 às 20:25

‘Decênio’ traz Fabio Gouvea de volta a Sorocaba Há cinco meses Fabio Gouvea está morando em Basileia, na Suíça, onde integra a Focus Year Band. Crédito da foto: Rodrigo Fonseca / Divulgação

Incluído na lista dos 50 álbuns recomendados de música instrumental e jazz do Brasil, ao lado das produções de artistas como André Mehmari e Hamilton de Holanda, “Decênio”, do compositor e guitarrista Fabio Gouvea, será apresentado pela primeira vez em Sorocaba na próxima quinta-feira, dia 13, às 20h, no teatro do Sesc.

O músico sorocabano, que atualmente mora na Suíça, se diz feliz em poder mostrar esse trabalho ao público local. Fabio tocará ao lado de Dô de Carvalho (saxofones e flauta), Gustavo Bugni (piano), Felipe Brisola (contrabaixo), Cleber Almeida (bateria, percussão e vocais) e Dani Domingos (vocais).

“Decênio”, lançado pelo selo Blextram, é o sexto álbum da carreira solo de Fabio Gouvea. Ele traz uma suíte com uma hora de duração, dividida em quatro movimentos. Os arranjos fazem referência a ritmos tipicamente brasileiros, como samba, baião e maracatu, inseridos em um contexto jazzístico, com espaços para a improvisação e maleabilidade para a criação coletiva.

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Diferentemente dos temas estanques apresentados nos álbuns anteriores, “Decênio” tece uma narrativa musical linear, com motivos melódicos fortes, que remetem ao folclore brasileiro.

A peça musical é fruto de memórias do artista coletadas ao longo de dez anos de parceria com a sua esposa, a jornalista, escritora, artista visual e ceramista Juliana Simonetti, responsável pela concepção da capa do disco. Para a capa, Juliana escolheu reproduzir uma peça de cerâmica feita em parceria com a mãe, Vera Simonetti.

Em entrevista ao Mais Cruzeiro, Fabio afirma que está na expectativa pelo lançamento do álbum no Sesc. O trabalho, que já foi apresentado em Ribeirão Preto e São Paulo, não chegou ao público sorocabano devido à oportunidade que surgiu para Fabio no meio do caminho, de ir tocar na Suíça.

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“Minha expectativa está altíssima para esse show porque é na minha cidade, onde nasci e tenho toda a minha família e amigos. Além disso, eu estava fora há cinco meses e com saudade de todo mundo”, disse. “Esse projeto tem um significado muito grande para mim, então estou bem feliz de ter dado certo de trazer o show. Vai ser muito legal” completa.

O músico está ainda mais feliz por ter seu trabalho incluído na lista dos 50 álbuns recomendados de música instrumental e jazz do Brasil, assinada pelo jornalista, editor e crítico musical, Carlos Calado, referente aos discos de 2019. “É um reconhecimento muito legal, ainda mais por estar entre a galera que sou fã. É uma honra.”

Novo álbum

Há cinco meses morando em Basileia, na Suíça, onde integra a Focus Year Band, Fabio Gouvea já tem novidade. O grupo acaba de lançar um álbum com dez faixas, sendo duas composições dele. Ao todo, fazem parte da banda oito músicos de destaque, oriundos de vários países que, além de ensaiarem diariamente, fazem concertos tendo como convidados nomes consagrados do jazz mundial.

“Faremos turnê pela Europa nesses próximos seis meses e talvez role algo no Brasil. Para mim está sendo um presente muito grande, estou recebendo essa oportunidade como um presente da vida, por estar fazendo o que mais gosto, que é compor e fazer música.”

A banda é mantida pela Academia de Música de Basiléia e Fabio foi um dos selecionados no mundo todo para participar do projeto, que tem a duração de um ano. “É bem prático. A gente fica tocando o dia todo, então está sendo uma experiência incrível. Também é a primeira vez que estou morando fora do País, é outra experiência que está sendo bem legal”, comenta.

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Durante os ensaios da banda, um coach acompanha o trabalho. “Geralmente é um grande nome da cena do jazz, que passa uma semana com a gente e depois se apresenta com a banda”, conta.

Em Basileia, Fabio diz que a atividade cultural é intensa. Há muitos museus e as pessoas têm o hábito de consumir arte de maneira geral. “É uma cidade pequena, mas tem clubes de jazz, esse programa da Academia, tem também o Jazz Campus, onde as pessoas têm aula só desse estilo de música, então lá existe uma vivência nesse sentido”, conta.

O público é bem antenado e uma coisa que o surpreendeu bastante foi o silêncio. “Às vezes a apresentação é em um clube pequeno, onde as pessoas vão para conversar, mas quando começamos a tocar, fazem um silêncio absoluto.”

Outra coisa que notou e achou bacana é a curiosidade das pessoas. “Não precisam gostar de um estilo para conferir, elas são abertas a conhecer algo novo. Vão e prestam atenção do começo ao fim. Não têm muito pré-julgamento, então já existe uma cultura mais aberta a isso, a conhecer coisas novas. É bem positivo isso.”

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Questionado se lá fora é mais fácil fazer música instrumental do que no Brasil, Fabio afirma que apesar das dificuldades, as pessoas estão produzindo e isso é importante. “Tem muita gente nova gravando, se aperfeiçoando, muita gente boa tocando bem. Aqui no País a gente começa acostumado a nadar contra a maré, mas tem um ponto admirável que mesmo com as dificuldades, tem muita coisa acontecendo, isso é muito louvável no nosso povo.”

Fabio retorna à Basiléia, na Suíça, dia 19, onde deve ficar até agosto, quando termina a proposta da banda. Ele ainda não sabe se deve iniciar outros projetos ou voltar. Por enquanto, diz, está tudo em suspenso. “Vamos ver”, afirma.

Os ingressos para o show custam R$ 30 (valor inteiro), R$ 15 (meia-entrada) e R$ 9 (credencial plena). O Sesc Sorocaba fica na rua Barão de Piratininga, 555, Jardim Faculdade. Telefone: (15) 3332-9933. (Daniela Jacinto)