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Com respeito e identidade, Tique apresenta ‘Castiçal’

18 de Janeiro de 2020 às 00:01

Com respeito e identidade, Tique apresenta ‘Castiçal’ "Meu álbum traz mensagem de que estou aqui", diz Tique. Crédito da foto: Divulgação

“Esse é um trabalho que tem uma expressão e precisa chegar até as pessoas”, afirma o rapper sorocabano Tique, sobre o lançamento de seu primeiro álbum, “Castiçal”, que acontece neste sábado (18), a partir das 19h, no Depois Bar e Arte. O artista chega enfrentando um dos maiores tabus do mercado: a apropriação cultural. “O rap cobra a apropriação cultural, já fui acusado disso por ter um estilo diferente do que se é esperado, então meu álbum traz a mensagem de que estou aqui, faço parte e vou manter o respeito ao movimento rap, respeitando também as minhas raízes”, explica.

Apropriação cultural ocorre quando uma cultura adota elementos específicos de outra cultura, como ideias, símbolos, artefatos, imagens, sons, objetos, formas ou aspectos comportamentais que, uma vez removidos de seus contextos culturais originais, podem assumir significados divergentes.

https://www.youtube.com/watch?v=_6MlemfN7j4&list=PLpQZxzhi8ktpgfl6GKNjGCgIHfGfPStGK&index=6&t=0s

A apropriação cultural ocorre quando membros de uma cultura dominante incorporam elementos de outra, cujos integrantes sofreram opressão sistemática daquele mesmo grupo dominante. “É um assunto muito delicado. Apesar de ser um homem branco, eu posso ter empatia com o próximo, o rap veio da cultura negra e eu respeito e dou voz a isso. Em uma das minhas músicas eu falo ‘respeite a raiz, a cor, a dor da cicatriz’. Então eu peço licença por estar fazendo parte do movimento. Sinto que posso somar com isso, de forma respeitosa”, afirma.

Cotidiano

Mas Tique não discute apenas a apropriação cultural em seu álbum, de produção independente. Ele aborda temas relacionados ao cotidiano, como família, diversão, mas sem deixar de lado o questionamento sobre as coisas, inclusive na área da política. “O rap tem um pouco dessa responsabilidade, de propor reflexão”, diz.

Atualmente com 31 anos, Tique começou a carreira aos 14, quando passou a fazer parte de uma banda de hardcore. Ele integrou várias até se encontrar no rap. “O estilo de composição, de rima do hardcore, flerta muito com o rap, além de toda parte ideológica, então de certa forma o rap sempre teve influência na minha forma de compor.”

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Tique ainda conta que cresceu cercado por música e por um ambiente cultural, influenciado pela avó, que era professora de orquestra, e o avô, professor de português e latim. Numa família voltada para a arte e para cultura, ele ouvia todos os tipos de música. “Desde Caetano Veloso a Metallica”, conta.

Músicas autorais

“Castiçal” possui 11 músicas autorais. “Muitas pessoas vão se enxergar nas letras”, garante o artista, acrescentando que algumas faixas são autobiográficas. O álbum está disponível nas plataformas digitais Spotify e YouTube.

O Depois Bar e Arte fica na rua Cônego Januário Barbosa, 123, Vila Boa Vista. Mais informações pela telefone (15) 9-9141-3980. (Daniela Jacinto)

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