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Claude Lanzmann, diretor de 'Shoah', morre aos 92 anos

05 de Julho de 2018 às 15:38

O cineasta e jornalista francês Claude Lanzmann morreu nesta sexta-feira (5), em Paris, aos 92 anos. Ele se consagrou como o diretor do documentário "Shoah", sobre o extermínio dos judeus na Segunda Guerra -- o filme, com quase dez horas de duração, levou quase 11 anos para ficar pronto. A informação foi confirmada pela família de Lanzmann à imprensa francesa.

O longa-metragem, exibido pela primeira vez em 1985, um dos mais importantes da história do documentário, traz uma série de depoimentos sobre os campos de extermínio nazistas. O cineasta usava a palavra "shoah" em vez de holocausto para definir os crimes do nazismo, porque a segunda palavra se refere à queima de uma oferenda a deus.

"Para alcançar Deus, 1,5 milhão de crianças judias foram oferecidas? O nome é importante, e na Europa não se diz 'Holocausto'. Foi uma catástrofe, um desastre, e em hebraico isso é 'shoah'", disse em certa vez em uma entrevista. Filhos de imigrantes russos na França, Lanzmann nasceu em 1925, e lutou na resistência francesa contra os nazistas quando era adolescente. Como jornalista, ele sempre teve forte atuação política, assinando o Manifesto dos 121, contra as ações do governo francês na Algéria.

Ele estudou filosofia na Universidade Sorbonne depois da Segunda Guerra e, mais tarde, se tornaria amante da filósofa Simone de Beauvoir. Ele fez parte do jornal "Les Temps Modernes", fundado por ela e o filósofo Jean-Paul Sartre.