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Cia. das Artes Dramáticas apresenta ‘Alma’

24 de Agosto de 2018 às 07:44

Cia. das Artes Dramáticas apresenta ‘Alma’ Espetáculo solo foi escrito especialmente para a atriz Ana Lúcia Mendes - Foto: Divulgação

A história de uma escritora frustrada e solitária que se vê obrigada a trabalhar como operária para conseguir sobreviver na grande metrópole é contada em “Alma”, nova peça da Cia. das Artes Dramáticas (CAD) que em 2018 comemora 23 anos de atividades ininterruptas. A estreia do espetáculo teatral ocorre neste sábado (25), às 20h, no Centro Cultural Du Arts (rua Antonio São Leandro, 76, Jardim Maria Eugênia), com reapresentação no domingo (26), no mesmo horário. O ingresso custa R$ 10.

Concebido por Clayton Morais originalmente como um conto literário, o texto de "Alma" recebeu um tratamento dramatúrgico para um espetáculo solo escrito especialmente para a atriz Ana Lúcia Mendes, com a supervisão do diretor Julio Carrara. “Quando Ana Lúcia Mendes me mostrou o texto, me apaixonei desde a primeira leitura”, afirma o diretor.

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O processo de produção da montagem durou nove meses e, no decorrer desse período, atriz e diretor criaram paralelos entre os universos de Alma e Macabéa, personagem do romance “A hora da estrela”, de Clarice Lispector. “A história de Alma, assim como a de Macabéa, é a de uma inocência pisada, de uma miséria anônima”, afirma Carrara, que também assina a iluminação e a sonoplastia. A cenografia e maquiagem é de Luan Prado.

A atriz Ana Lúcia Mendes destaca que o espetáculo, à princípio, faria parte apenas de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), mas que no decorrer do processo, foi levado adiante. “É um trabalho que me afetou e ainda me afeta. É muito triste saber que, assim como a Alma, existem milhares de pessoas vivendo em condições precárias e desumanas, simplesmente por correrem atrás de sonhos que, talvez, nunca se realizem.”, explica Ana. De acordo com a sinopse da peça, o espetáculo é ambientado em um minúsculo quarto mofado da periferia paulistana, onde vive a solitária Alma, mulher de meia-idade, que deixou a família em uma longínqua cidade do interior, para correr atrás de um sonho: o de publicar um romance. Apesar de todo o esforço, não consegue atingir seu objetivo. Desorientada, vê-se obrigada a trabalhar de operária em uma fábrica para poder sobreviver na grande metrópole. Para tentar dar sentido à sua vida medíocre, ela ouve, questiona e discute com uma voz emitida por um gravador, com a consciência que está fadada ao fracasso e ao esquecimento.