Buscar no Cruzeiro

Buscar

Antonio Nóbrega apresenta ‘Rima’, arte e sonoridade

28 de Fevereiro de 2020 às 00:01

Antonio Nóbrega apresenta ‘Rima’, arte e sonoridade Antonio Nóbrega lançou “Rima” em outubro de 2019, após um hiato de 12 anos. Crédito da foto: Reprodução Facebook

Pesquisador da cultura popular brasileira e artista que canta, dança, compõe, escreve, declama e ensina, Antonio Nobrega se apresenta nesta sexta-feira (28), às 20h, no Sesc Sorocaba. E serão as condições do tempo que determinarão o clima e a temperatura do espetáculo.

É que se o tempo estiver firme, a apresentação ocorrerá no anfiteatro da unidade, garantindo um show dançante, cheio de ritmos brasileiros, a céu aberto. Caso a chuva apareça, o espetáculo será transferido para o teatro, favorecendo um repertório mais intimista, no qual o protagonismo será o das palavras, entoadas em forma de rimas. A apresentação integra a programação do especial Luau, do Sesc Sorocaba, projeto que abre as noites de verão trazendo o melhor da música brasileira com bandas e grupos de diversos estilos musicais para dançar, curtir, refletir e extravasar.

Em entrevista ao Mais Cruzeiro, por telefone, Nóbrega, destaca que a atmosfera e o repertório do show podem mudar de acordo com o espaço em que ele será realizado. Porém, em ambos os palcos mesclará músicas de seu novo álbum, “Rima”, lançado em outubro de 2019, com canções que fazem uma síntese de toda a sua carreira. “Se for a céu aberto as pessoas ficam em pé, então será mais dançante, dá para brincar um pouco mais. Se for no teatro, vou apresentar uma obra que requer mais concentração”, comenta.

[irp posts="150110" ]

 

Com canções compostas em parceria com os poetas e letristas Bráulio Tavares e Wilson Freire e o músico Rodrigo Bragança, “Rima” é o primeiro disco de Antonio Nóbrega após um hiato de 12 anos, período em que intensificou o foco da sua produção artística na área da dança.

O novo álbum, disponível nas principais plataformas de música digital, se traduz em uma radicalização de sua pesquisa sobre formas e estruturas das rimas populares, como sextilhas, décima sete sílabas, quadras, carretilhas e martelos agalopados. “Na verdade, se você examinar meu cancioneiro em geral vai constatar que a quase a totalidade das canções são referenciadas nessas estruturas. O que ocorre com ‘Rima’ é que eu assumi isso conceitualmente em todo o trabalho”, detalha.

Modalidade poética

Como estamos falando de música, toda essa gama de estrutura poética está atrelada a um “universo rítmico”, que passa por levadas da cultura tradicional como cavalo-marinho, folguedo típico da Zona da Mata, do maracatu rural, do samba, entre outros. “As modalidades poéticas estão associadas aos ritmos que compõem um caleidoscópio, um caldeirão da cultura brasileira”, destaca. Esses ritmos serão explorados por uma banda que conta com o baterista votorantinense Cleber de Almeida. O grupo é formado, ainda, por Edmilson Capelupi (violão de 7 cordas, viola e cavaquinho), Daniel Allain (flauta e sax tenor), Leo Rodrigues (pandeiro e percussão), Olivinho (acordeão) e Renato Loyola (baixo).

Antonio Nóbrega apresenta ‘Rima’, arte e sonoridade Nos palcos, Antonio Nóbrega canta, dança, declama e ensina. Crédito da foto: Reprodução Facebook

Diferentemente dos álbuns anteriores, como “Nove de frevereiro”, que fala sobre o universo do Carnaval; “Na pancada do ganzá”, inspirado na obra de Mário de Andrade ou “O marco do meio-dia”, que discorre sobre a história do descobrimento do Brasil, “Rima” não tema um central como fio-condutor. No entanto, em diferentes faixas, traz discurso mais politizado, como no caso da canção “Quem mandou matar Mariele?”, que ganhou ampla repercussão logo após seu lançamento.

[irp posts="22636" ]

 

Polivalente

Artista polivalente e inquieto, cujo universo criativo já foi retratado no cinema no filme “Brincante”, do diretor Walter Carvalho, Antonio Nóbrega afirma que no mundo da cultura popular não existem caixinhas capazes de categorizar diferentes expressões. Nascido em Recife, Nóbrega começou a estudar violino aos 8 anos. Em 1971, Ariano Suassuna, a quem considera seu grande mestre, convidou-o para integrar o Quinteto Armorial. A partir daí, passou a estudar o universo da cultura popular e a criar espetáculos de teatro, dança e música nela referenciados. “Eu fui me encantando e assimilando esse universo cultural em todas as suas várias vertentes: música, danca, a representação teatral. Tudo isso foi me fascinando. No mundo popular não existe as categorias. Se você vai a um batuque, você dança, canta, tocar conga, declama... Aprendi tudo isso sem colocar em gavetas separadas. E isso foi favorecendo que fosse assimilando um conjunto volumoso de representação simbólica e cultural ”, destaca.

Os ingressos custam R$ 9 para credenciados no Sesc e dependentes (credencial plena), R$ 15 para aposentados (pessoas com mais de 60 anos), pessoas com deficiência, estudantes e servidores da escola pública com comprovante e R$ 30 inteira. A classificação etária é 12 anos. Se o tempo estiver seco, o show acontecerá no anfiteatro e um lote extra de ingressos será liberado a partir das 14h. O Sesc Sorocaba fica na rua Barão de Piratininga, 555, Jardim Faculdade. (Felipe Shikama)

Galeria

Confira a galeria de fotos