Agente funerário: uma profissão que envolve empatia, respeito e acolhimento

No mês de março é comemorado o dia do Agente Funerário, uma função que tem como missão acolher as famílias enlutadas

Por Thaís Marcolino

Um dos profissionais que está ao lado da família enlutada em um dos momentos mais difíceis da vida é o agente funerário. Além de preparar a cerimônia de despedida e cuidar do ente querido, eles oferecem o ombro na tentativa de dar ao outro o mínimo de conforto e acolhimento. Tal empatia, respeito e acolhimento são pontos primordiais para o exercício da função, que entram em consonância com o papel da Organização Funerária das Entidades Beneficentes e Assistenciais de Sorocaba (Ofebas) na sociedade.

Como forma de homenagem, os agentes funerários têm uma data específica no calendário: dia 17 de março. E, segundo a gerente geral da Ofebas, Patrícia Peixoto, para trabalhar no ramo é necessário ter ética, empatia e entender o importante papel que esses profissionais têm na vida de outras pessoas.

“Temos profissionais qualificados e que entendem o propósito de vida deles. Eles nasceram com uma função diferente dos outros e, quando compreendem isso, é emocionante de se ver o amor com o qual atendem os enlutados. É uma sensação de orgulho em saber que temos colaboradores tão comprometidos e que respeitam o outro”, pontua Patrícia.

A equipe de agentes funerários da organização é formada, atualmente, por 15 profissionais. Entre eles está a Sandra Suzana dos Santos Oliveira, de 50 anos. Para ela, é muito emocionante e gratificante quando uma família ao fim da cerimônia vem agradecê-la. “É uma profissão em que a gente aprende muito a respeitar o próximo. Diariamente exercemos a empatia, porque aprendemos a lidar com a dor de cada um, e a maneira como se expressam é particular. Nós procuramos dar o máximo de amparo possível”, conta.

A humanização da função é mais do que necessário, pois, assim como para qualquer pessoa, o luto não é algo fácil. “Ser agente funerário me tornou mais humana, porque percebemos que ninguém é melhor do que ninguém. Uma palavra de carinho e um abraço são atos singelos que fazem a diferença. Muitas vezes eu me abalo com as situações, mas eu preciso ser forte para acolher a pessoa que está passando por tudo aquilo”, diz Sandra.

Já para Alexandre Maia, também agente funerário da Ofebas, a profissão tem como base conduzir as memórias do ente querido. “Somos aqueles profissionais que precisam entender que estamos lidando com um amigo, mãe, pai, primo de alguém... É o amor da vida de quem fica”.

As dores da pandemia

A pandemia de Covid-19 e as restrições impostas, também ao ramo funerário, fizeram com que milhares de famílias não conseguissem realizar cerimônias de despedida e prestar uma última homenagem ao ente querido. Tal situação fez do agente funerário uma pessoa ainda mais forte. “Foi uma época em que mais presenciamos a solidão e a dor das famílias em não poderem ver seus entes queridos pela última vez. Vivemos situações complicadas, em que nos colocávamos ainda mais no lugar do outro”, finaliza Sandra Oliveira.

O ato de velar um ente querido faz parte da cerimônia de despedida, e é dela o ponto de partida para a elaboração da perda de um familiar ou amigo. Falar as últimas palavras, ver, tocar, é muito importante para que a perda e, consequentemente, a separação se mostre real. Além disso, é ali onde os enlutados podem expressar a sua dor e se despedir.

“A cerimônia tem como objetivo, do ponto de vista psicológico, marcar aquele acontecimento, trazer a consciência do familiar ou amigo que sofre uma perda sobre um novo modo de viver. Estudos revelam que essa vivência proporciona uma reinserção social mais descomplicada e uma vivência de luto ’mais saudável’, evitando um possível processo de luto crônico, onde pode haver sofrimento intenso prolongado ou pensamentos recorrentes sobre a pessoa que se foi”, analisa a psicóloga da Ofebas, Ana Laura Costa.

Cerimônias de despedida

A Ofebas oferece várias formas de homenagem ao ente querido, como chuva de pétalas, velório on-line, música ambiente, leitura de carta, entre outros serviços. Entretanto, o agente funerário, para a realização das cerimônias, também pode adotar pequenos detalhes que fazem a diferença para os familiares.

“Uma história que me marcou foi quando houve um falecimento em casa. Quando fomos buscar o ente querido, eu perguntei se a mãe tinha um perfume característico. O filho disse que sim e me deu. Usamos esse perfume para a cerimônia de despedida e aquilo, por mais simples que tenha sido, fez uma diferença gigantesca, porque resgatou a memória afetiva daquelas pessoas”, relembra Alexandre Maia.

E são realmente pequenos detalhes que fazem a diferença, segundo o profissional. “Os familiares podem solicitar a leitura de uma carta homenagem tanto com base em modelos que oferecemos quanto elaborados por eles mesmos. Mas há outros gestos simples que marcam. É um passo a passo de muito cuidado e respeito, como a dobra do véu, o tom de voz, a postura que adotamos...”, finaliza Maia.

Sobre a Ofebas

A Ofebas é uma organização sem fins lucrativos. Além dos serviços funerários 24 horas, oferece planos de assistência familiar, com benefícios em vida, como descontos em consultas médicas, áreas de lazer, educação, pet e muito mais. Associados têm acesso ao Clube de Descontos, uma plataforma on-line que reúne parceiros locais e nacionais com descontos que podem chegar a 60%. Para saber mais, entre em contato pelo telefone (15) 3331-7010, pelo WhatsApp (15) 99849-2146 ou acesse www.ofebas.org.br. (Thaís Marcolino)