Autores e atores agora trabalham com linha direta

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Crédito da foto: Victor Pollak / Globo

Crédito da foto: Victor Pollak / Globo

Flávio Ricco, com colaboração de José Carlos Nery

Existiu um momento, e isso lá no passado, em que os atores só encontravam ou tinham oportunidade de conversar com os autores de novelas nas coletivas com a imprensa ou festas de lançamento. Depois disso, para a maioria, era praticamente impossível qualquer contato. A própria emissora se encarregava de “proteger” os escritores, para que pudessem trabalhar tranquilamente, em suas próprias casas ou em flats, no eixo Rio-São Paulo.

Conseguir o telefone de um autor era missão digna de 007. Sugerir mudanças no perfil do personagem, então, mais complicado ainda. Daí, aqueles que tentavam dar o popular jeitinho, introduzir “cacos” sem autorização, eram repreendidos e chegavam até a sumir da trama. “Já matei ator que não falava mais o texto direito..., que tentava colocar intenções dele”, contou Walcyr Carrasco, certa vez. E desapareceu com Claudia Raia -- “explodi” a personagem, em outra, “mas não por causa dela”, justificou.

Tá bom. Só que os tempos agora são outros e, com certa ajuda da internet e da direção de novela, verifica-se uma maior interação entre os dois lados: ator-autor. Paolla Oliveira (foto) declarou inclusive que essa “linha direta” foi fundamental para o sucesso da digital influencer Vivi Guedes em “A dona do pedaço”, trabalho também assinado por Walcyr.

A propósito - Independentemente da quarentena, Paolla Oliveira já havia negociado com a Globo um bom período longe das novelas por causa de seus últimos personagens marcantes. Para todos os efeitos ela está “dando um tempo”.

Casos diferentes - Oscar Magrini, como Noé, conseguiu encerrar a sua participação em “Gênesis”, antes mesmo da suspensão dos trabalhos por causa da pandemia. Já Flávio Galvão, Deus, aguarda a retomada de gravações.

Lady Night - O início de gravações da nova temporada do “Lady night”, com Tatá Werneck, para exibição no Multishow e, depois, Globo, acaba de ser confirmado para agosto. Produção da Floresta.

Novo normal - Por causa das limitações impostas pelo novo coronavírus, a programação de fim de ano das emissoras de TV, sempre recheada de musicais gravados em casas de shows ou estádios, será bem diferente este ano. As que não recorrerem a reprises, certamente investirão em “lives”.

Vai entender - Esse negócio de “live” é uma coisa tão maluca, que há poucos dias, Hariany Almeida (ex-“BBB” e ex-“Fazenda”) era acompanhada por mais de 12 mil pessoas. E ela lá, fazendo a sua maquiagem, mexendo no cabelo e pedindo para ninguém fazer “pergunta difícil”.

Esquisito - Enquanto isso, “lives” promovidas por autores de novelas, figuras da cultura e de outros segmentos, em muitos casos, não conseguem atrair 50 pessoas. Trata-se de um universo que realmente precisa ser explicado.

Complicado - “Amor de mãe” voltará ao ar em outubro e ficará aproximadamente um mês e meio no ar. Tudo indica mesmo que não haverá tempo para a Globo emendar em “Um lugar ao sol”, de Lícia Manzo. Outra reprise parece ser o caminho natural.