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Temer chega à sede da PF no Rio e ficará em uma sala

21 de Março de 2019 às 21:24

Juiz mudou de ideia para que Temer tenha o mesmo tratamento isonômico a Lula. Crédito da foto: AFP / Mauro Pimentel

O ex-presidente Michel Temer já chegou à Superintendência da Polícia Federal, na zona portuária do Rio de Janeiro, onde permanecerá preso no âmbito da Operação Lava Jato. Temer deve ser acomodado em uma sala na sede da PF.

Originalmente, a expectativa era de que Temer fosse levado à Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, na região metropolitana da capital. O juiz Marcelo Bretas, entretanto, reviu a orientação original, atendendo à justificativa de que o emedebista deve ter tratamento isonômico ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba.

O superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, afirmou em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira, 21, que o ex-presidente Michel Temer e outros presos no desdobramento da Operação Radioatividade serão ouvidos pela organização em "uma data futura", sem especificar quando será.

Em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira, o superintendente da PF no Rio esclareceu ainda que não houve qualquer tentativa de fuga ou resistência à prisão por parte do ex-ministro Moreira Franco. (Estadão Conteúdo)

 

Michel Temer chega ao Aeroporto Internacional de Guarulhos. Crédito da foto: Nelson Almeida / AFP (21/3/2019)

O ex-presidente Michel Temer (MDB) foi preso pela força-tarefa da Operação Lava Jato, em São Paulo, na manhã desta quinta-feira (21). A ordem de prisão é do juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio.

O ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, também teve a prisão confirmada pouco antes do meio-dia. O ex-ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) também é alvo da operação.

Confira as últimas notícias sobre a prisão de Michel Temer:

19h07

"Cada um deve responder por seus atos", diz Bolsonaro sobre Temer

Ao desembarcar nesta quinta-feira (21) em Santiago, no Chile, para participar da Cúpula Presidencial de Integração Sul-americana, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “cada um deve responder por seus atos” e que a "Justiça nasceu para todos" referindo-se à prisão do ex-presidente Michel Temer ocorrida em um desdobramento da Operação Lava Jato.

"A Justiça nasceu para todos e cada um responda pelos seus atos. O que levou a essa situação, pelo que parece, são os acordos políticos dizendo-se em nome da governabilidade. A governabilidade você não faz com esse tipo de acordo, no meu entender. Você faz indicando pessoas sérias e competentes para integrar o seu governo, é assim que eu fiz no meu governo, sem o acordo político, respeitando a Câmara e o Senado brasileiro", afirmou Bolsonaro.

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, chega ao Aeroporto Internacional Arturo Merino Benitez em Santiago, Chile. Crédito da foto: Reuters / Esteban Garay

Temer é suspeito de ter recebido propina por meio de um contrato de empreiteiras com a Eletronuclear, estatal responsável pela construção da usina nuclear de Angra 3. Na opinião de Bolsonaro, acordos políticos em nome da governabilidade levaram à essa situação.

Bolsonaro permanece no Chile até sábado (23).

18h57

MPF: não há indício de qualquer crime eleitoral no âmbito desta investigação

O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) diz não ver qualquer indício de crime eleitoral no âmbito da investigação que resultou na prisão do ex-presidente Michel Temer. A declaração foi dada pelo procurador Eduardo El Hage, um dos responsáveis pela operação, em coletiva de imprensa na sede da Polícia Federal.

Ao serem questionados sobre se os recursos desviados pela organização liderada por Temer haviam sido usados para compra de apoio parlamentar, os procuradores disseram não haver elementos que comprovem esta ligação.

O procurador José Vagos negou também que houvesse elementos que ligam o caso de Temer ao de esquema do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. "Não há ligação que não a da questão partidária", disse.

Esquema ativo

De acordo com El Hage, o esquema chefiado por Temer já dura ao menos 40 anos e movimentou ao longo dos anos um total de R$ 1,8 bilhão.

Em coletiva de imprensa conjunta, El Hage e os procuradores José Vagos e Sergio Pinel ressaltaram haver indícios de que a organização que Temer liderava mantinha as atividades até hoje. De acordo com os procuradores, há indícios de que estatais que firmaram contratos com empresas que faziam parte do esquema permaneciam pagando propina. "A organização criminosa adotava o parcelamento de propina por vários e vários anos", disse Pinel na coletiva.

Um dos indícios apontados pelos procuradores de que o esquema permanecia ativo é a tentativa de depósito de R$ 20 milhões na conta de uma empresa do coronel João Batista Lima Filho, apontado como um dos operadores de Temer, em outubro de 2018.

 

18h30

Temer vai ficar preso na PF para tratamento igual ao de Lula

O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, mudou de ideia e determinou que o ex-presidente Michel Temer (MDB) fique preso na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, que fica na zona portuária da cidade.

A medida, segundo Bretas, foi tomada para dar tratamento isonômico aos ex-presidentes presos, uma vez que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está custodiado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Anteriormente, Bretas havia decidido que Temer ficaria na Unidade Prisional da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, em Niterói, na região metropolitana, atendendo a um pedido do Ministério Público Federal. No local, também está preso o ex-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, do mesmo partido de Temer.

16h21

Preso pela PF, Temer é alvo de dez inquéritos

Preso nesta quinta-feira (21), em uma investigação da Lava Jato no Rio de Janeiro, 21, o ex-presidente da República Michel Temer é alvo de mais nove inquéritos criminais em diferentes seções judiciárias no País. Temer já havia sido denunciado três vezes pela Procuradoria-Geral da República (PGR), entre 2017 e 2018, enquanto era presidente. A Câmara não autorizou análise de dois dos casos e o terceiro nem chegou a ser discutido. Só a partir de janeiro começaram a tramitar, depois de Temer deixar o Planalto.

Dos dez inquéritos, nove estão na Justiça Federal. Desses, quatro estão em Brasília, quatro em São Paulo e um no Rio de Janeiro - aquele em que foi determinada a prisão preventiva dele e de outras sete pessoas - incluindo o aliado e ex-ministro Moreira Franco -, por decisão do juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Há também um caso encaminhado para a Justiça Eleitoral de São Paulo, para apuração sobre suposto pagamento de propina pela Odebrecht a políticos do MDB. Um dos fatos sob investigação é um suposto acerto, durante um jantar no Palácio do Jaburu - residência oficial da vice-presidência -, para repasses de R$ 10 milhões.

Cinco dos inquéritos contra Temer foram abertos entre 2017 e 2018, quando ele estava no cargo. Outros cinco foram abertos no início de 2019, a pedido da Procuradoria-Geral da República. Todos foram enviados a outras instâncias devido à perda de foro

No pedido de prisão, a força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro aponta Temer como destinatário de R$ 1 milhão em propina da Engevix relacionada a contratos na Eletronuclear relacionados à usina nuclear de Angra 3 no Rio de Janeiro. "Temer é líder de uma organização criminosa, que ocupou durante ao menos quase duas décadas muitos dos cargos mais importantes da República, e se valeu de tal poder político para transformar os mais diversos braços do Estado brasileiro em uma máquina de arrecadação de propinas", afirmou o Ministério Público Federal.

Relação de inquéritos em que Michel Temer é investigado:

INQUÉRITO DOS PORTOS - JUSTIÇA FEDERAL EM BRASÍLIA - DENÚNCIA JÁ FEITA

O presidente da República foi denunciado como integrante de suposto esquema para favorecer empresas por meio de um decreto que assinou em maio de 2017 sobre o setor portuário. A acusação é de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

MALA DE R$ 500 MIL - JUSTIÇA FEDERAL EM BRASÍLIA - DENÚNCIA JÁ FEITA

Dias após reunião entre Michel Temer e o empresário Joesley Batista no Palácio do Jaburu, um ex-assessor do presidente, Rodrigo Rocha Loures, recebeu R$ 500 mil da JBS. A cena de Loures carregando a mala de dinheiro foi filmada pela Polícia Federal. Temer e Loures foram denunciados pela PGR por corrupção passiva.

QUADRILHÃO DO MDB - JUSTIÇA FEDERAL EM BRASÍLIA - DENÚNCIA JÁ FEITA

O então presidente da República foi denunciado pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot por organização criminosa e obstrução de Justiça no caso em que membros do MDB foram acusados de fraudar a Petrobras e outras estatais.

DELAÇÃO DA JBS - JUSTIÇA FEDERAL EM BRASÍLIA

Há também um inquérito aberto com base na delação da JBS para apurar outros fatos além daqueles que motivaram denúncia.

JANTAR DO JABURU - JUSTIÇA ELEITORAL DE SÃO PAULO

Caso que apura o suposto pagamento de propina pela Odebrecht a políticos do MDB. Um dos fatos sob investigação é um suposto acerto, durante um jantar no Palácio do Jaburu - residência oficial da Vice-presidência -, para repasses de R$ 10 milhões. O inquérito que tramitava no Supremo foi recém-enviado à Justiça Eleitoral em São Paulo, sob o entendimento do Supremo de que, se há caixa 2 relacionado, o crime de corrupção deve ser julgado na justiça eleitoral.

REFORMA DE IMÓVEL DA FILHA - JUSTIÇA FEDERAL EM SÃO PAULO

Em um dos cinco inquéritos abertos em 2019, investiga-se suposta lavagem de dinheiro na reforma de um imóvel em São Paulo pertencente à filha do ex-presidente, Maristela Temer.

NOVO CASO NO PORTO DE SANTOS - JUSTIÇA FEDERAL EM SÃO PAULO

Suspeitas narradas pelo delator Flávio Calazans e pela auditoria interna da empresa Pérola S/A sobre suposto contrato fictício de prestação de serviço no valor de R$ 375 mil no porto de Santos.

SUPERFATURAMENTO NA ARGEPLAN - JUSTIÇA FEDERAL EM SÃO PAULO

O caso apura suspeita de superfaturamento e ausência da prestação de serviços em um contrato do Tribunal de Justiça de São Paulo com a Argeplan, empresa ligada ao amigo de Temer conhecido como Coronel Lima - João Batista Lima Filho.

CONTRATO IRREGULAR - JUSTIÇA FEDERAL EM SÃO PAULO

Há também suspeitas de que a Argeplan tenha firmado contrato irregular com a empresa Fibria Celulose. Os valores seriam de R$ 15,5 milhões. Além disso, são investigadas transações, em valores de R$ 17,7 milhões, envolvendo a Construbase Engenharia e a PDA Projeto e Direção Arquitetônica.

JUSTIÇA FEDERAL DO RIO

Temer é suspeito de ser destinatário de R$ 1,1 milhão. Os valores teriam sido solicitados pelo Coronel Lima ao delator José Antunes Sobrinho. A tratativa estaria relacionada a um esquema de corrupção na usina nuclear de Angra 3. É o caso em que o ex-presidente foi preso.

16h10

Líder do MDB diz que todos devem cumprir a lei e que Justiça existe para todos

O senador Eduardo Braga (AM), líder do MDB no Senado e correligionário do ex-presidente Michel Temer, preso hoje pela manhã, disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que todos devem cumprir a lei e que a Justiça existe para todos. "Esperamos que o Estado Democrático de Direito seja respeitado e que a defesa do ex-presidente Michel Temer possa esclarecer todas as questões", disse o senador.

16h06

Parlamentares de oposição criticam prisão de Temer e a Lava Jato

Políticos de oposição ao governo Bolsonaro criticaram a prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer. O ex-presidente foi preso na manhã desta quinta-feira, 21, numa ação da Operação Radioatividade, desdobramento da Lava Jato que investiga desvios em obras da Unisa de Angra 3, no Rio de Janeiro.

Parlamentares usaram as redes sociais para criticar o que chamam de "populismo penal" da Lava Jato, argumentando que Temer deve ser preso, mas que precisa ser respeitado o processo legal, que, na visão destes políticos, está ameaçado pela Lava Jato. Criticaram também medidas tomadas pelo governo Michel Temer, como a reforma trabalhista e a PEC do Teto dos Gastos.

Para o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), o grupo político de Michel Temer, a quem ele chama de "cúpula do golpe", em referência ao impeachment de Dilma Rousseff, "muito se beneficiou dos abusos da Lava Jato" e agora "experimentam o populismo penal que os colocou no poder". O parlamentar argumentou que "Temer traiu o País e a democracia", mas "isso não significa que sua prisão mereça ser comemorada", escreveu em seu Twitter.

"Poderíamos comemorar muito a prisão de Temer depois de tudo que ele fez contra Dilma", tuitou Jandira Feghali (PCdoB-RJ), "mas nós defendemos o devido processo legal". "Não há espaço para dois pesos, duas medidas", ressaltou. O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) fez críticas a Temer, mas defendeu que "todos têm direito de um processo livre de ilegalidades". Para Zeca, a Lava Jato "mantém o Estado de exceção alimentado pelos mesmos que agora estão nas garras da operação. Criaram o monstro e estão vendo as consequências", escreveu.

Em nota, o PT disse esperar que as prisões decretadas hoje estejam baseadas "em fatos consistentes, respeitando o processo legal, e não apenas por especulações e delações sem provas, como ocorreu no processo do ex-presidente Lula e em ações contra dirigentes do PT". A nota foi assinada pela presidente do partido e deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) e pelos líderes do PT no Senado e na Câmara - respectivamente, Humberto Costa (PE) e Paulo Pimenta (RS).

16h00

Maia se encontrou com Gilmar Mendes durante prisão de Temer

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, estavam juntos na residência oficial da Câmara dos Deputados no momento em que o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o ex-ministro Moreira Franco (MDB), sogro de Maia, foram presos na manhã desta quinta-feira, 21.

O ministro saiu da casa de Maia às 10h40. O encontro entre os dois não estava previsto na agenda do presidente da Câmara e nem de Gilmar Mendes. Temer recebeu voz de prisão em São Paulo por investigadores da Operação Lava Jato, quando saía de sua residência logo no início da manhã, na Rua Bennet, no Jardim Universidade, zona oeste da capital paulista - antes de Mendes sair da casa de Maia.

Já quando Moreira foi preso, o ministro já havia deixado a residência oficial. Moreira Franco estava em uma via expressa do Rio logo após chegar no aeroporto do Galeão quando foi abordado pela Polícia Federal. Ele estava em Brasília, onde ontem participou de uma reunião do MDB.

A ordem das prisões é do juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, que já foi alvo de críticas de Gilmar Mendes. Na decisão em que autorizou a prisão do ex-presidente, Bretas argumenta que o caso não tem relação com a operação Calicute, braço da Lava Jato no Rio que prendeu o ex-governador Sérgio Cabral, e sustenta não ver relação dos fatos com crimes eleitorais.

Os dois argumentos, caso considerados pelas cortes superiores, podem evitar que recursos apresentados pelo ex-presidente sejam analisados pelo ministro do Supremo ou que a investigação seja direcionada pela Justiça Eleitoral. Mendes é o relator no STF de todos os casos conexos com a Calicute. "Apenas para evitar confusões a respeito da competência para eventual impugnação desta decisão, repito que estes autos guardam relação de conexão e continência com a ação penal derivada da denominada operação Radioatividade e seus vários desdobramentos", afirma Bretas.

Também foi decretada a prisão preventiva de João Batista Filho, o coronel Lima, amigo do ex-presidente, e da mulher dele, Maria Rita Fratezi; seu sócio, Carlos Alberto Costa; e o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro. Há decretos de prisão contra Carlos Alberto Costa Filho, Vanderlei de Natale, Ana Cristina Toniolo, e Carlos Alberto Montenegro Gallo.

15h52

Bretas determina que Temer e Moreira fiquem presos em unidade da PM em Niterói

O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, acolheu os argumentos do Ministério Público Federal (MPF) e determinou que o ex-presidente Michel Temer (MDB) seja custodiado na Unidade Prisional da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, em Niterói, na região metropolitana.

Bretas estendeu a mesma decisão a Moreira Franco, "por ter exercido o cargo de ex-ministro de Estado até o recente dia de 31/12/2018", e a João Baptista Lima Filho, coronel reformado da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

No local, também está preso o ex-governador do Rio Luiz Fernando Pezão, do mesmo partido de Temer. Pezão está em uma cela especial por prerrogativa de cargo, mas, segundo a PM, sua rotina é igual à dos demais presos.

14h41

Aécio diz que prefere ler pedido de prisão antes de comentar

O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) disse nesta quinta-feira (21) que quer ler a fundamentação do pedido que motivou a prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB) antes de comentar sobre o assunto. Ele ponderou, no entanto, que quando uma prisão é técnica e bem fundamentada ela tem de ser compreendida.

Aécio Neves Aécio Neves é deputado federal pelo PSDB-MG. Crédito da foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

"Não vou comentar porque não li nada ainda, vou ler agora. Estava em reunião no Senado até agora e fiquei sabendo lá. Eu quero ler primeiro a fundamentação. Não li nada ainda. Vamos aguardar. Acho que toda prisão que é técnica e bem justificável tem que ser compreendida. Eu vou me inteirar, estou chegando agora no gabinete, não quero falar antes de me inteirar", disse o deputado.

14h34

Maia suspende agenda de trabalho ao saber da prisão de Temer e Moreira Franco

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), suspendeu sua agenda de trabalho assim que soube da prisão do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco. Um grupo de cerca de 20 deputados, entre eles líderes partidários, já estava na residência oficial para conversas com o presidente. De acordo com alguns deles, partiu de dois parlamentares a iniciativa de adiar os encontros para não haver constrangimentos.

Rodrigo Maia Rodrigo Maia é presidente da Câmara dos Deputados. Crédito da foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

De acordo com os deputados, Maia estava sereno e tranquilo. Moreira Franco é padrasto da mulher de Maia.

Antes das prisões de Moreira e do ex-presidente Michel Temer, Maia foi à residência oficial do Senado para um café da manhã do DEM com empresários e políticos chineses. Depois, o deputado recebeu o embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini.

Fontes confirmaram que Maia retomará sua agenda de conversas nesta tarde, quando receberá alguns líderes partidários em sua casa.

Na agenda oficial divulgada pela assessoria de imprensa da Câmara, estava prevista a ida de Maia a uma sessão solene em homenagem ao Dia Nacional da Advocacia Pública, no plenário da Casa, e a participação dele na sessão ordinária de votações. Esse tipo de agenda, no entanto, normalmente não é cumprida pelo presidente.

Além destes dois compromissos, a agenda previa ainda um encontro com o diretor de cooperação internacional da Fundação Konrad Adenauer, doutor Gerhard Wahlers, e outro com o deputado Sílvio Costa Filho (PRB-PE) e com o presidente da Confederação Nacional de Municípios, Glademir Aroldi.

Além de Temer e Moreira, o ex-ministro da Casa Civil Eliseu Padilha também é alvo da operação deflagrada hoje. O ex-ministro se encontra em Porto Alegre.

14h30

Para criminalista, prisão preventiva de Temer é 'vaga de fundamentação'

A prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer é "vaga de fundamentação", na opinião do criminalista João Paulo Martinelli. Para ele, a justificativa de "gravidade de delito" não é suficiente para sustentar o pedido do juiz federal Marcelo Bretas.

Segundo o advogado, a prisão preventiva pedida nos termos do artigo 312 do Código de Processo Penal somente deve ocorrer quando o suspeito representa perigo para a investigação. "Uma prisão como esta não pode ocorrer por fatos pretéritos", avaliou

O criminalista disse ter tentado identificar alguma forma de obstrução à Justiça, destruição de provas ou existência de um plano de fuga, mas não conseguiu encontrar esta fundamentação no pedido de prisão do juiz federal Marcelo Bretas. "Em caso contrário, a prisão pode ser revogada em breve", comentou o advogado.

O advogado explica que um eventual pedido de habeas corpus deve ser tratado pelo desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Ele é o relator dos processos da Lava Jato no Rio de Janeiro.

Martinelli diz esperar a coletiva de imprensa das 16 horas para entender melhor o que motivou a prisão. "Por que agora e não antes? Por que demorou desde janeiro, quando Temer já havia deixado a Presidência?", questionou.

O criminalista criticou ainda os pedidos de prisão preventiva da Lava Jato. Ele lembra que este era um instrumento bastante usado no início da operação. "Era uma forma de se conseguir delação premiada", afirmou. Ele lembra que um dos casos emblemáticos foi o do senador cassado Delcídio do Amaral (ex PT-MS).

"A prisão preventiva somente pode ser utilizada quando tem motivo. Há presos preventivos na Lava Jato que, até agora, não têm sequer processo", disse.

14h06

No Rio, Temer terá mesmo tratamento dado a Lula na prisão

A Polícia Federal (PF) prepara uma sala na superintendência da corporação no Rio de Janeiro para receber o ex-presidente Michel Temer. A cúpula da PF já ofereceu o espaço ao juiz Marcelo Bretas, responsável por autorizar a prisão do emedebista

Temer foi preso preventivamente em São Paulo, cidade onde mora, mas está sendo transferido para o Rio de Janeiro uma vez que a prisão foi expedida pela 7ª Vara Federal da capital fluminense e tem relação com obras realizadas no Estado.

Da mesma forma como ocorreu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Curitiba, Temer deve ficar em um cômodo dentro da superintendência separado dos outros presos em uma espaço chamado no jargão jurídico de sala de Estado Maior. Assim como em Curitiba, a sede da PF no Rio não possui uma sala de Estado Maior. O direito a uma sala especial é previsto em lei e foi considerado constitucional em 2006.

14h03

Imprensa internacional repercute prisão de Michel Temer

A prisão do ex-presidente Michel Temer teve repercussão em veículos estrangeiros, especialmente os latino-americanos, reflexo do impacto que a Operação Lava Jato, que prendeu Temer, tem tido na política dos países vizinhos.

O Clarín, da Argentina, deu amplo destaque à prisão em seu site. O jornal falou do forte efeito Lava Jato ao apontar que "o caso é considerado a maior operação anticorrupção da história do Brasil e mudou profundamente o gigante sul-americano, até poucos anos atrás uma das potências mundiais emergentes".

O maior jornal da Colômbia, El Tiempo, colocou a prisão de Temer como notícia principal em seu site. "É o segundo ex-presidente do País a ser detido por esse delito", diz a chamada. El Comercio, do Peru, destacou que, enquanto presidente, Temer havia se livrado de denúncias. "O Ministério Público chegou a solicitar duas vezes a abertura de julgamentos de corrupção contra Temer, mas o Congresso se recusou a autorizar o processo. Todos os casos contra ele dependiam da perda do foro privilegiado."

O El País, jornal espanhol, deu ênfase em sua capa de língua espanhola à prisão, e também falou sobre a operação que prendeu diversos políticos, empresários e doleiros brasileiros. "Temer, que era vice-presidente de Dilma Rousseff, tomou posse em agosto de 2016 após o impeachment da sucessora de Lula em um dos capítulos do terremoto causado no Brasil, especialmente, mas também no resto da América Latina, pela investigação de um enorme sistema de pagamento e coleta de subornos em troca de concessões de obras públicas", apontou a publicação.

A rede de TV americana CNBC mostrou em sua página inicial a prisão. A agência de notícias Dow Jones Newswires enfatizou que a prisão pode mudar a percepção sobre a Lava Jato. "A prisão de Temer chega em um momento chave na Lava Jato, que já dura cinco anos e que muitos críticos dizem ter sido uma caça às bruxas com motivação política contra a esquerda brasileira e Lula", disse a agência. O Wall Street Journal, que pertence ao mesmo grupo que a Dow, publicou a notícia em seu site.

O New York Times noticiou a prisão e enviou alerta pelo celular aos leitores. A reportagem diz que "Temer era um presidente profundamente impopular que usou grande parte de seu limitado capital político lidando com investigações criminais que o perseguiram nos últimos anos". Já o concorrente Washington Post havia colocado a informação em destaque no site e chegou a enviar e-mail para clientes alertando sobre o acontecimento.

A BBC, empresa pública de comunicação do Reino Unido, noticiou a prisão de Temer em seu site. "Mídia local diz que a polícia tem tentado alcançar Temer, que deixou a Presidência em 1º de janeiro, desde quarta-feira".

O The Guardian, também britânico, disse em reportagem que a prisão de Temer era "iminente" desde que ele deixou a Presidência, e que a revolta com corrupção na política contribuiu para "a ascensão do sucessor de extrema-direita de Temer, Jair Bolsonaro". O Financial Times repercutiu a prisão na internet. O Der Spiegel, da Alemanha, também deu destaque à notícia em seu site. (Estadão Conteúdo) 

13h34

Temer recebeu R$ 1 milhão em propina, afirma MPF

O ex-presidente da República Michel Temer, preso nesta quinta-feira, 21, recebeu R$ 1,091 milhão em propina da Engevix por meio de uma empresa controlada pelo coronel João Baptista Lima Filho, seu amigo pessoal, segundo afirmou a Força-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro no pedido de prisão autorizado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.

Segundo os investigadores, a propina foi paga no final de 2014 com transferências da empresa da Alumi Publicidades para a empresa PDA Projeto e Direção Arquitetônica, controlada por Lima Para justificar as transferências de valores, foram simulados contratos de prestação de serviços da empresa PDA para a empresa Alumi. (Estadão Conteúdo)

13h23

Casa de Michel Temer em São Paulo é alvo de busca e apreensão

Agentes da Polícia Federal cumprem nesse momento um mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente Michel Temer, em Pinheiros, em São Paulo. Segundo vizinhos, um delegado e agentes da PF chegaram ao local às 11hs45.

A arquiteta Lucia Carvalho, vizinha de Temer, conta que caminhava na Praça em frente à residência do emedebista quando foi chamada para ser testemunha pelo delegado Garutti. (Estadão Conteúdo)

13h10

Deputados da esquerda criticam prisão de Temer e Moreira no plenário da Câmara

Antes opositores do ex-presidente Michel Temer, representantes da esquerda foram ao Plenário da Câmara dos Deputados criticar a prisão do emedebista. O MDB divulgou nota lamentando a prisão de Temer e do ex-ministro Moreira Franco, que também foi alvo da operação autorizada pelo juiz Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato no Rio.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) usou a tribuna para falar que não se podia comemorar a prisão de ninguém. "Nós não podemos defender uma prisão. Respeitamos as garantias constitucionais de todos os brasileiros", afirmou.

Já o deputado federal João Daniel (PT-SE) defendeu a aprovação do projeto contra o abuso de autoridade, visto pela Lava Jato como uma tentativa de intimidar juízes e procuradores que investigam casos de corrupção envolvendo a classe política. "A Câmara tem o dever de aprovar o projeto que nenhuma autoridade esteja acima. Por isso, a Casa tem que aprovar o projeto contra o abuso de autoridade."

13h06

'Felizmente Temer começa a responder perante a Justiça', comemora Molon

O líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou que por duas vezes os parlamentares tentaram, na Câmara, que Michel Temer prestasse explicações na Casa. "Mas ele usou a força de seu cargo para impedir que essas denúncias avançassem", disse Molon.

"Felizmente, agora ele começa a responder perante a Justiça. Trata-se do chefe de uma quadrilha, cujos comparsas já foram presos." A prisão do ex-presidente, ocorrida em São Paulo na manhã desta quinta-feira, 21, no âmbito da Operação Lava Jato, deve tumultuar ainda mais o ambiente político do País.

13h01

Temer foi preso logo após sair de casa; advogado chama detenção de 'barbaridade'

O ex-presidente Michel Temer recebeu voz de prisão da Polícia Federal logo após sair de sua residência, no início da manhã, na zona oeste da capital paulista. A PF faz buscas na casa de Temer e também em seu escritório. A ordem de prisão é do juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio. O ex-ministro Moreira Franco (Minas e Energia) também foi preso. As detenções ocorrem no âmbito da Lava Jato.

A Polícia Federal cumpre um total de oito mandados de prisão preventiva e dois de custódia temporária, 26 de busca e apreensão nos Estados do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Paraná e no Distrito Federal. O coronel reformado da Polícia Militar João Batista Lima Filho também é alvo de mandado de prisão.

A ação desta quinta-feira é decorrente da Operação Radioatividade, investigação que apurou crimes de formação de cartel e prévio ajustamento de licitações, além do pagamento de propina a executivos da Eletronuclear. Após decisão do Supremo Tribunal Federal, o caso foi desmembrado e remetido à Justiça Federal do Rio de Janeiro.

O inquérito que mira Temer e seus aliados tem como base delações como a do empresário José Antunes Sobrinho, ligado à Engevix. De acordo com a Polícia Federal, Sobrinho fala em seu acordo sobre "pagamentos indevidos que somam R$ 1,1 milhão, em 2014, solicitados por João Baptista Lima Filho e pelo ministro Moreira Franco, com anuência do Excelentíssimo Senhor Presidente da República Michel Temer, no contexto do contrato da AF Consult Brasil com a Eletronuclear".

Os valores, segundo o delator, teriam sido depositados em conta corrente em nome da empresa PDA Projeto, que tem o coronel Lima, amigo de Temer, e sua esposa, Maria Rita Fratezi, por meio de um contrato simulado com a Alumi Publicidade.

Defesas

O advogado Eduardo Carnelós, que defende Michel Temer, afirmou que a prisão do ex-presidente "é uma barbaridade".

O MDB, por meio de nota, "lamenta a postura açodada da Justiça à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade por parte do ex-presidente da República, Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco. O MDB espera que a Justiça restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de defesa".

12h38

Prisão de Temer, aniversário de Bolsonaro e embate Maia/Moro pautam Twitter

O Twitter brasileiro está movimentado em torno da política nacional. Nesta quinta-feira (21), nove dos dez assuntos mais comentados na rede social envolvem acontecimentos políticos. O assunto mais comentado é a prisão do ex-presidente Michel Temer no contexto da Operação Lava Jato. Os termos Temer e #LavaJato ocupam, respectivamente, o primeiro e o quarto lugares no ranking de assuntos mais discutidos do dia.

A prisão preventiva do ex-presidente também fez subir os nome de Eduardo Cunha, emedebista ex-presidente da Câmara e que também está preso, Michelzinho, em referência ao filho de Michel Temer, Aécio, por haver cobranças de usuários do Twitter por uma prisão do tucano mineiro, ex-governador de Minas e ex-candidato à Presidência da República, e Marcelo Bretas juiz da Lava Jato no Rio de Janeiro responsável pelo mandado de prisão contra Temer.

Ainda no contexto da prisão de Michel Temer, a expressão Falta a Dilma também se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter brasileiro, onde usuários também cobram da Justiça a prisão da ex-presidente Dilma Rousseff.

A troca de farpas ocorrida ontem entre o presidente da Câmara Federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o ministro da Justiça Sergio Moro também fez com o sobrenome do deputado pautasse discussões na rede social. Fãs do ministro, que foi juiz da Lava Jato em Curitiba, criticam o parlamentar pela declaração de que Moro é tão somente um "funcionário" do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

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