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SP começa a distribuir 407,5 mil kits de intubação

18 de Abril de 2021 às 00:01

SP começa a distribuir 407,5 mil kits de intubação Remédios garantem que o paciente seja intubado sem dor e não arranque o tubo em reação involuntária. Crédito da foto: Silvio Avila / AFP (17/4/2021)

Com estoques em situação preocupante, cidades de São Paulo começaram a receber ontem (17) cotas de kits de intubação doados por empresas privadas. O lote tem cerca de 407,5 mil kits, com medicações necessárias no tratamento de pacientes graves de Covid-19.

Ao todo, mais de 2,3 milhões de medicamentos de intubação orotraqueal foram importados pelo grupo de empresas, composto por Petrobras, Vale, Engie, Itaú Unibanco, Klabin e Raízen. Os kits foram doados ao Ministério da Saúde, responsável por repassar cotas para as 27 unidades federativas do País.

Os medicamentos saíram da China e desembarcaram sexta-feira (16) no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Eles garantem que o paciente seja intubado sem sentir dor e sem tentar arrancar o tubo em reação involuntária.

Ao G1, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou que esse lote só seria suficiente para abastecer a rede hospitalar por 48 horas, mas haveria estoque para “alguns outros dias”.

Segundo o governo federal, a política de divisão teria considerado uma série de critérios. Entre eles, o consumo médio mensal e o atual estoque informados por Estados e Distrito Federal.

Pelo menos onze Estados admitem que estão com os estoques dos chamados kits de intubação em níveis críticos ou abaixo dos patamares recomendáveis, incluindo São Paulo, Rio e Minas, conforme mostrou o Estadão. Na maioria dos casos, a previsão é de que os itens armazenados durem mais quatro a cinco dias, de acordo com o consumo.

O Ministério da Saúde está com dificuldades para refazer a reserva técnica dos remédios. Nota técnica da pasta do dia 12 informa que o governo tentou comprar doses para seis meses, mas só conseguiu 17% do planejado. Hospitais em cidades paulistas -- como São Sebastião, São Carlos e Pirassununga -- chegaram a restringir o atendimento de pacientes por falta de remédio.

Em publicação no Twitter na sexta-feira, o governador João Doria (PSDB) cobrou o governo federal por mais medicamentos. “Aguardamos o Ministério da Saúde enviar os demais kits intubação que ainda não distribuiu aos Estados”, escreveu. “O governo federal requisitou 100% dessa medicação produzida no Brasil. Logo, é responsável pela distribuição aos entes federativos.”

O governo de São Paulo também já declarou ter enviado nove ofícios ao Ministério da Saúde, o último deles na terça-feira, pedindo urgência para reforçar os estoques de medicamentos. Na quarta-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tentou dividir com os governos estaduais a responsabilidade pela falta dos medicamentos. “Eles têm elementos para fazer isso e também se associar ao Ministério da Saúde nessa tarefa de apoiar a sociedade brasileira. Não adianta ficar só enviando ofício”, disse, na ocasião. (Estadão Conteúdo)