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Reunião entre candidatos de centro fracassa em São Paulo

25 de Setembro de 2018 às 16:36

 

Em foto de agosto, Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB), Geraldo Alkmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) participam de debate eleitoral. Crédito da foto: Arquivo/ AFP / Nelson Almeida

Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB) desistiram na última hora de participar de uma reunião nesta terça (25) em São Paulo com Geraldo Alckmin (PSDB) e Alvaro Dias (Podemos) a fim de tratar da possibilidade de se unirem em torno de uma candidatura presidencial única de centro na reta final do primeiro turno. A reunião, articulada pelo advogado Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça e um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT), ocorreria às 9h no Instituto dos Advogados de São Paulo. Fora confirmada em uma reunião virtual na manhã de segunda com assessores dos candidatos.

No início da noite desta segunda (24), Marina e Meirelles avisaram que não iriam mais participar, após a divulgação da pesquisa Ibope mostrando a estagnação da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB). A pesquisa mostrou que a disputa está polarizada entre Jair Bolsonaro (PSL), com 28%, e Fernando Haddad (PT), com 22%. "Hoje poderia ter sido um grande dia. A ideia era discutir uma candidatura única de centro e um governo único", afirma Reale, que passou a última semana costurando o encontro em nome de um grupo de jovens ligado ao movimento voto mais útil. "Espero que tenhamos uma nova chance", afirmou à reportagem.

Reunidos, os candidatos convidados para a reunião somam 17% segundo o Ibope -Alckmin marcou 8%, Marina, 5%, Dias e Meirelles, 2% cada. Bolsonaro e Haddad, juntos têm 50%.

Na semana passada o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez um apelo, em carta endereçada aos eleitores, pela união dos candidatos "que não se aliam a visões radicais". Reale diz que a articulação não tem relação com o pedido do ex-presidente e afirma que ele até atrapalhou o encontro ao defender pelo Twitter que Alckmin deveria ser o nome do centro.

João Amoêdo (Novo) também foi chamado para a conversa com os quatro presidenciáveis, mas não aceitou. Ciro não foi chamado, pois rechaçou a hipótese após a divulgação do manifesto de FHC. Disse que era "mais fácil um boi voar de costas". "Qualquer dos polos da radicalização atual que seja vencedor terá enormes dificuldades para obter a coesão nacional suficiente e necessária para a adoção das medidas que levam à superação da crise", disse o ex-presidente no documento.

Embora não os cite nominalmente na carta, FHC refere-se a Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Sobre o primeiro, afirma que tantas vezes estimulou o ódio. Em relação ao petista, o trata como o candidato que representa um líder preso por acusações de corrupção. "A que ponto chegamos", disse, ao apontar que Bolsonaro liderara as pesquisas e Haddad é o seu principal opositor. "Ainda dá tempo para deter a marcha da insensatez."

Procurada, a campanha de Meirelles confirmou à reportagem o recebimento do convite, mas disse que em nenhum momento o candidato cogitou ir ao encontro. Meirelles tem dito que ele é o candidato de centro que tem condições de vencer a eleição. A campanha de Marina Silva nega ter sido convidada e diz que está descartado qualquer tipo de acordo no 1º turno. "A chance de ela desistir é zero", afirma Pedro Ivo Batista, porta-voz nacional da Rede. Segundo a coordenação da campanha, Marina nunca pensou em ir à reunião e a pesquisa Ibope não interferiu na decisão. A candidata da Rede está em São Paulo, onde participou pela manhã de uma sabatina no Twitter. "Marina dizer que não foi convidada e que não iria participar é uma mentira deslavada", afirma Reale Junior.

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