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PF deflagra operação para investigar desvios de recursos em Araçatuba

13 de Agosto de 2019 às 11:51

Segundo informações da PF, as investigações começaram há dois anos após denúncias. Foto: Arquivo / Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta terça-feira (13) 14 mandados de prisão temporária e 37 mandados de busca e apreensão nas cidades do interior paulista de Araçatuba, Clementina, Itatiba, Jundiaí e na capital, durante a Operação #TudoNosso, cujo objetivo é investigar crimes de desvios de recursos públicos e fraude de licitações para firmar contratos com a prefeitura de Araçatuba.

A PF foi simultaneamente a quatro secretarias da prefeitura de Araçatuba, na sede do diretório político coordenado pelo líder da organização criminosa e em endereços comerciais e residenciais relacionados às empresas e investigados. Em Itatiba, o alvo das buscas é a sede de um sindicato presidido pelo filho do líder do grupo.

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Segundo informações da PF, as investigações começaram há dois anos com denúncias de que havia desvio de recursos públicos por meio de contratação falsa de empresas prestadoras de serviços para a Prefeitura de Araçatuba. “O líder da organização criminosa, empresário de 64 anos, sindicalista e presidente de diretório político no município seria o idealizador de um grande esquema de corrupção envolvendo diversas empresas ligadas a ele e sua família. Um filho e um genro do líder do grupo são sócios “laranja” de empresas e também tiveram a prisão decretadas”.

De acordo com as investigações o empresário é dono de pelo menos cinco empresas registradas em nome de laranjas, sendo que a maioria dos sócios emprestam seus nomes em troca de vantagens. Essas empresas eram utilizadas para desviar os recursos públicos e fraudar licitações para possibilitar os contratos com a administração pública de Araçatuba.

“As investigações demonstraram que, nos últimos dois anos, as empresas investigadas aditaram ou celebraram novos contratos suspeitos com a prefeitura nas áreas de educação e assistência social que superaram, até o momento, a cifra de R$ 15 milhões. As investigações prosseguirão e a estimativa da PF é que esse valor possa ser muito maior”.

O líder do grupo criou ainda uma organização social que também foi utilizada para os desvios de recursos públicos. O esquema contou ainda com servidores públicos que foram indicados em setores estratégicos, de interesse da organização, para viabilizar as contratações e fraudes sem levantar suspeitas ou questionamentos sobre eventuais superfaturamentos.

Segundo a PF, o líder do grupo é influente politicamente na região e por isso não teve dificuldades para indicar pessoas de sua confiança para os cargos. “Com pessoas ligadas ao grupo criminoso atuando diretamente, e com poder de decisão dentro de secretarias municipais, o empresário conseguiu livre trânsito, articulação e informações privilegiadas relacionadas aos contratos com a municipalidade”.

Os presos serão indiciados pelos crimes de corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos (públicos e privados), peculato, associação criminosa, fraudes em licitações, entre outros, e estarão sujeitos a penas de até 30 anos de prisão, informou a nota da PF. (Agência Brasil)