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Mourão é excluído de reunião ministerial

10 de Fevereiro de 2021 às 00:01

Mourão é excluído de reunião ministerial Exclusão evidencia o distanciamento entre presidente e vice. Crédito ad foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil (3/11/2020)

Em mais um sinal de distanciamento com o presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão foi excluído ontem (9) de uma reunião no Palácio do Planalto. O encontro contou com a participação de 22 dos 23 ministros -- apenas Fábio Faria, das Comunicações, não participou por estar viajando.

“Não fui convidado, não fui chamado. Então, acredito que o presidente julgou que era desnecessária a minha presença”, disse o vice, que faz parte do Conselho de Governo, formado pelos ministros e presidentes de bancos públicos.

O encontro chamado por Bolsonaro no Planalto, no entanto, não constava na agenda do presidente inicialmente e não foi classificado como sendo do conselho, embora reunisse a maior parte dos seus integrantes.

Questionado se ficou incomodado por ter ficado de fora, Mourão negou. Ele afirmou que sua agenda está focada nos preparativos para uma reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal, colegiado presidido pelo vice, que acontece amanhã.

Em 2021, Mourão não participou de nenhuma reunião do presidente com os demais ministros. O último encontro do Conselho de Governo ocorreu em 19 de novembro do ano passado. Bolsonaro tem optado por receber apenas ministros de algumas áreas para discutir assuntos específicos, como a que tratou da negociação com a China para a aquisição de insumos para vacinas, em 20 de janeiro.

Na segunda-feira (8), em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, da TV Band, Bolsonaro desconversou quando foi questionado sobre seu relacionamento com Mourão. O chefe do Executivo pediu para falar de outros assuntos. Indagado uma segunda vez sobre a relação com o vice, Bolsonaro se limitou a dizer que “está tudo bem”.

No fim de janeiro, contudo, Mourão chegou a se queixar da falta de diálogo com Bolsonaro em entrevista à CNN Brasil. Segundo ele, a conversa “faz falta”, inclusive para ele “entender em determinados momentos o que precisa fazer”. (Emilly Behnke - Estadão Conteúdo)