Facebook cria no Brasil programa de aceleração de startups focado em agricultura
Equipes do Facebook, de startups e empresas que já trabalham com pequenos e médios agricultores também participarão do processo de mentoria. Crédito da foto: Reprodução
O Facebook dá início nesta quinta-feira (24) no Brasil a seu primeiro programa de aceleração de startups com soluções para agricultura da América Latina, o Campo Digital. Em parceria com a aceleradora Baita, baseada na Unicamp, em Campinas, a gigante de tecnologia selecionará dez empresas do País com serviços digitais ou tecnologias que beneficiem pequenos e médios produtores.
"Queremos usar nossa experiência em tecnologia para fomentar o ecossistema de inovação no setor. Existem diversas soluções no mercado que atendem às grandes propriedades, mas não são acessíveis aos pequenos", disse ao Broadcast Agro a gerente de Políticas Públicas do Facebook, Andréa Leal. A depender dos resultados da iniciativa, antecipa ela, a empresa poderá "criar outras iniciativas não apenas no Brasil, como em outros países da América Latina".
O Campo Digital é o primeiro programa do Facebook a fomentar a inovação no setor agrícola na região. A empresa já implementava ações de desenvolvimento de comunidades locais e apoio a pequenos negócios mas, durante a pandemia, observou maior procura de pequenos agricultores por suas soluções.
"Com o fechamento de restaurantes e a interrupção das feiras livres, percebemos um crescimento do uso das nossas ferramentas por pequenos produtores, que buscavam chegar ao consumidor final Vimos aí uma oportunidade de contribuir para a digitalização de um setor que emprega e alimenta a população", conta a executiva, lembrando que pequenas propriedades geram 67% dos empregos no setor agropecuário e produzem 70% dos alimentos consumidos no País, segundo o Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre esta quinta-feira e 18 de outubro, serão selecionadas startups em fase operacional que tenham soluções para qualquer elo da cadeia de produção, do setor de insumos ao consumidor final. Elas deverão contribuir para ganhos de produtividade, eficiência e sustentabilidade.
As dez finalistas, a serem anunciadas em novembro, passarão por um programa de aceleração online e mentoria da Baita por quatro meses, em que terão acesso a palestras, workshops e networking com profissionais do agronegócio, assim como receberão orientação para definir metas e avaliar seu modelo de negócios.
Equipes do Facebook, de startups e empresas que já trabalham com pequenos e médios agricultores também participarão do processo de mentoria. Além disso, especialistas da Esalq e da Unicamp, universidades reconhecidas pela formação de especialistas no setor, e da Embrapa Informática Agropecuária e do Instituto de Pesquisas Eldorado, que reúnem conhecimento sobre tecnologias digitais, contribuirão com capacitações dos empreendedores. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) será outro apoiador, a fim de garantir que as soluções atendam a problemas concretos de agricultores de diversas regiões.
Ao fim da iniciativa, em abril do ano que vem, os fundadores das startups apresentarão seus modelos de negócio a um painel de especialistas e de investidores, entre eles o BID Lab (laboratório de inovação do Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID), a SP Ventures, o Yield Lab e outros fundos focados em agtechs. "Nossa meta é que, no Demoday (evento de conclusão do programa), as startups estejam prontas para captar investimentos", diz a gerente de Políticas Públicas do Facebook.
As startups interessadas devem se inscrever pelo site campodigital.ac até 18 de outubro. (Estadão Conteúdo)
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