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Estado de São Paulo aguarda ainda 30 mil resultados para covid

11 de Abril de 2020 às 00:01

O número atual de exames na fila é 150% superior ao registrado no dia 30 de março. Crédito da foto: Karim Sahib / AFP

Uma semana após o governador João Doria (PSDB) anunciar uma força-tarefa para acelerar os testes de coronavírus que ainda aguardam resultado no Estado, o Instituto Adolfo Lutz acumula cerca de 30 mil exames na fila para investigação. O número é mais do que o dobro da demanda reprimida registrada quando a ação foi anunciada pelo governo. As informações estão em boletim epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, com dados atualizados até 8 de abril.

No documento, a pasta informa que das 42.895 amostras recebidas até agora para análise, 6.374 estão em triagem, 1.976 em fase de encaminhamento e outras 21.661 encontram-se em análise, totalizando 30.011 testes ainda sem resultado.

No volume de testes ainda não finalizados há amostras que foram enviadas ao instituto em meados de fevereiro, apontando que o prazo para a liberação dos resultados pode ultrapassar os 50 dias. O número atual de exames na fila é 150% superior ao registrado no dia 30 de março, três dias antes de o governador anunciar a força-tarefa. Na ocasião, eram 12 mil testes à espera de avaliação, de acordo com o governo.

Além das amostras que aguardam resultado, há ainda 392 testes cancelados e 1.969 não realizados (o motivo não foi informado). Do total de exames recebidos para Covid-19 desde fevereiro, só 10.523 tiveram resultados liberados, o que equivale a apenas 24,5% do total.

Rede

Procurada para comentar o aumento da fila de testes sem resultado, a Secretaria Estadual da Saúde afirmou que o Instituto Butantã passou a ser o responsável por articular a rede de laboratórios que farão o mutirão de análise dos exames.

O instituto, por sua vez, informou que o governo estadual conseguiu mobilizar uma rede de 45 laboratórios, entre públicos e privados, para agilizar o processamento dos testes e que, quando estiver em plena capacidade, a rede fará oito mil exames diários -- 2,5 mil no laboratório do Butantã, 1,8 mil na sede do Instituto Adolfo Lutz, outros 1,8 mil nas suas regionais e 2,9 mil nos demais laboratórios da rede, incluindo os privados.

Para o processamento dos exames, diz o Butantã, o Estado está abastecido com 99 mil kits de diagnóstico. Outros 725 mil, importados pelo instituto, deverão chegar no próximo domingo de uma compra que totaliza 1,2 milhão de kits.

O Butantã não informou quando a rede de laboratórios deve estar operando em sua capacidade máxima nem a estimativa de prazo para zerar a fila de amostras represada no Instituto Adolfo Lutz. Mas afirmou que, com o novo modelo, a estimativa é a de que os laudos passem a ser liberados 48 horas após a coleta. (Fabiana Cambricoli - Estadão Conteúdo)