Epidemia e dólar afetam venda de viagens para o exterior

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Destinos com muitos casos de contaminação por coronavírus, como China e Itália, estão sendo evitados. Crédito da foto: AFP/Alfredo Estrella

 

Destinos com muitos casos de contaminação por coronavírus, como China e Itália, estão sendo evitados. Crédito da foto: AFP/Alfredo Estrella

 

A epidemia de coronavírus e a disparada do dólar, que nesta sexta-feira (28) bateu na casa de R$ 4,50, afetaram a venda de pacotes turísticos para destinos internacionais e provocaram cancelamento de viagens já comercializadas.

Na Agaxtur, as vendas de pacotes caíram entre 17% e 20% neste mês ante fevereiro de 2019. Em janeiro, tinham crescido 22% na comparação anual.

A queda foi influenciada pela menor procura por pacotes internacionais, pois as vendas domésticas aumentaram. Destinos como Itália e França estão sendo evitados, afirma o vice-presidente da empresa, Jarbas Corrêa Júnior.

O executivo pondera que os números deste mês são preliminares. Apesar da retração, a Agaxtur não registrou cancelamentos de pacotes já vendidos. Por enquanto, Corrêa informa que hotéis e receptivos no exterior não estão oferecendo descontos para fomentar vendas.

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Cancelamentos

Na Maringá Turismo, reservas começaram a ser canceladas há dois meses, na sequência das notícias sobre o novo vírus e da alta do dólar. Três pacotes com média de 50 viajantes cada que iriam para eventos na China em março e junho foram adiados. Ontem, outros três pacotes para Genebra (Suíça) e Milão (Itália) também foram postergados, informou Marcos Arbaitman, presidente da empresa. Segundo ele, 82% das viagens do grupo são para o meio corporativo.

Charles Franken, diretor da Casa do Agente, uma das empresas do Grupo AD Turismo e Viagens, informou que três delegações com 40 a 100 participantes que iriam à China neste semestre suspenderam viagens. Grupos com passagens para eventos na Itália também avaliam adiar visitas de negócios.

"Há muita especulação e os passageiros ficam indecisos, pois, ao contrário do governo chinês, que proibiu a entrada de pessoas de fora, o governo da Itália não se pronunciou claramente", diz Franken. "No caso da China, em razão da postura governamental, há mais flexibilidade para negociar os cancelamentos (reembolsos, multas etc), o que não ocorre com prestadores de serviços e hotéis da Itália."

Franken diz que vários passageiros de cruzeiros na Ásia também desistiram das viagens. Por outro lado, há maior procura pelo turismo local e regional.

A CVC, maior operadora de viagens do País, não revela dados de vendas por ter ações na Bolsa. Limita-se a informar que "cerca de 70% dos embarques estão relacionados a viagens no Brasil e os clientes que viajam para Europa nesta época do ano representam menos de 5%". Há uma semana, a CVC oferece um dia a mais de estadia gratuita para quem comprar pacotes nacionais e internacionais.

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Aéreas

As companhias aéreas Azul, Gol e Latam informam que todos seus voos operam normalmente. A Azul afirma ainda estar atenta à possibilidade de reduzir a oferta de voos internacionais em razão do impacto na demanda causado pela alta do dólar e desdobramentos do coronavírus, mas não há nada oficial até o momento. A Latam diz que há "situações pontuais" de cancelamentos, mas não registra impacto significativo nos negócios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Márcia De Chiara e Cleide Silva -- Estadão Conteúdo)