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Enem: candidatas chegam às 13h e são barradas no local de prova

11 de Novembro de 2018 às 15:49

Matemática é o desafio de candidatos no segundo dia de provas do Enem A Unip é um dos locais onde a prova é realizada em Sorocaba. O movimento no local é sempre grande antes do início do exame. Crédito da foto: Aldo V. Silva / Arquivo JCS (25/10/2015)

Duas candidatas de Sorocaba reclamam que perderam o segundo dia prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em decorrência do rigor dos fiscais do exame. Elas alegam que teriam chegado ao local de prova às 12h59 deste domingo (11) e encontraram os portões fechados. De acordo com o regulamento do MEC, os fiscais devem fechar os portões  às 13h (horário de Brasília) em todos os 1,725 municípios que aplicarão as provas. A recomendação é que os candidatos cheguem ao local com 1h de antecedência.

"Não acredito, ainda eram 12h59, a gente podia ter entrado. Houve rigor da parte dele", disse, referindo-se ao fiscal da prova. Ele alegou ter fechado o portão quando soou a campainha, após cravar o horário. A candidata, que não quis se identificar, disse que seu carro quebrou e ela teve de pegar um táxi. "Paguei R$ 50 pela corrida para nada. Pior que fui bem na primeira prova", lamentou.

O caminhoneiro aposentado Edivaldo da Silva, de 61 anos, chegou com quase duas horas de antecedência para prestar o Enem, "em busca de um sonho", como disse. Ele quer se formar em agronomia em universidade pública ou, ao menos, com bolsa de estudo. "Trabalhei desde pequeno e não pude estudar na época certa, agora estou correndo atrás desse sonho.". Silva morava em São Paulo até ser "atropelado" por seu cachorro, um cão da raça fila, e perder os movimentos do braço. "Fiquei impossibilitado de dirigir caminhão e decidi voltar ao estudo." Ele havia parado os estudos na quarta série do ensino básico e conseguiu, em escola de adultos, concluir o ensino fundamental e o médio.

Silva está fazendo o terceiro Enem. "Em 2016, consegui nota para bolsa em faculdade particular, mas estava me recuperando do acidente e não pude ir atrás." Na prova de domingo passado, ele diz não ter feito uma boa redação. "A mudança no número de questões, de 45 para 90, me atrapalhou muito. Quando vi, faltava pouco tempo para terminar e tive de acelerar a redação. Não ficou como eu queria." O ex-caminhoneiro previa dificuldade na prova deste domingo. "Tenho problema com matemática, mas se não der este ano, estarei aqui em 2019", prometeu.

Neste ano, os candidatos terão 30 minutos a mais para fazer a segunda prova. Ao todo, serão cinco horas para responder às questões de Matemática e de Ciências da Natureza, que incluem Biologia, Física e Química. No primeiro fim de semana, foram aplicadas as provas de Linguagens, Ciências Humanas e Redação. (Agência Estado).