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Cientistas trabalham em teste de medicação de baixo custo contra coronavírus

16 de Abril de 2020 às 00:01

Cientistas trabalham em teste de medicação Cientistas trabalham em teste de medicação. Crédito da foto: Divulgação / Ministério da Saúde

Nos próximos dias, cientistas brasileiros vão iniciar os testes clínicos com um medicamento que apresentou 94% de eficácia, em ensaios in vitro, na redução da carga viral em células infectadas pelo novo coronavírus. De acordo com o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, os testes serão feitos em 500 pacientes, internados com Covid-19, em sete hospitais do país: cinco no Rio de Janeiro, um em São Paulo e um em Brasília.

O nome do medicamento só será divulgado após o fim do protocolo de pesquisa clínica, até que seja demonstrada a sua eficácia e segurança, “para evitar uma correria em torno do medicamento”. Mas, de acordo com Pontes, é um remédio de baixo custo, bem tolerado e disponível inclusive em formulações pediátricas. “Por que isso é importante? Ele tem uma vantagem muito grande, tem pouco efeito colateral e pode ser empregado numa grande faixa da população”, explicou.

Replicação viral

Foram realizados testes com dois mil medicamentos, que já são comercializados em farmácias, para verificar se existe algum capaz de se ligar ao vírus e de bloquear a replicação viral. A estratégia, chamada de reposicionamento de fármacos, foi adotada por cientistas do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), em Campinas, que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social supervisionada pelo MCTIC.

Ao final, os pesquisadores identificaram seis moléculas promissoras que seguiram para teste in vitro com células infectadas com o novo coronavírus. Desses seis remédios pesquisados, os cientistas descobriram que dois reduziram significativamente a replicação do vírus.

O protocolo de ensaios clínicos foi aprovado na terça-feira pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. O medicamento será ministrado por cinco dias nos pacientes e mais nove serão necessários para observação. Serão incluídos no estudo pessoas que chegarem aos hospitais com pneumonia e sintomas de Covid-19. O paciente deve assinar um termo de consentimento para participar do protocolo, que consiste na administração aleatória do medicamento ou de placebo. A expectativa é que o estudo seja concluído em quatro semanas.

Testes

O ministro também apresentou o resultado do trabalho do CTVacinas, da Universidade Federal de Minas Gerais, que também por meio da Rede Vírus, desenvolveu um reagente nacional que tem a mesma performance de reagentes importados para testes diagnósticos de Covid-19.

Outra pesquisa apresentada é o desenvolvimento de um teste para detecção do novo coronavírus que não precisa de reagente químico. “É um equipamento que faz reação com laser a partir da saliva da pessoa que está sendo testado”, explicou. O sensor está sendo desenvolvido pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Teranóstica e Nanobiotecnologia (INCT TeraNano), da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais. De acordo com Pontes, com a informatização das unidades de saúde, em 20 dias, será possível colocar um número considerável dessas máquinas no País, cerca de mil máquinas capazes de fazer até 500 testes por dia. (Andreia Verdélio -- Agência Brasil)