Câmara quer cadeia para quem furar fila
A proposta cria um novo tipo de crime, chamado “infração a plano de imunização”. Crédito da foto: Reginaldo Pimenta / Agência o Dia / Estadão Conteúdo
Avançou na Câmara a criminalização do fura-fila da vacina contra a Covid-19. Projeto aprovado nesta quinta-feira, 11, prevê pena de até 3 anos, além de multa, para quem for pego passando na frente dos demais. A proposta cria um novo tipo de crime, chamado de “infração a plano de imunização”, atualmente não previsto no Código Penal.
O projeto prevê prisão de um a três anos e multa para quem desrespeitar ordem de prioridade para se vacinar. Para virar lei, o projeto precisa ser ainda aprovado pelo Senado. O Ministério Público já investiga casos de “fura-fila” em ao menos 10 Estados e no Distrito Federal. Embora não seja crime, o gestor responsável por descumprir as regras de prioridades pode ser punido com base na lei de improbidade administrativa, que prevê multa e perda dos direitos políticos.
O projeto também torna crime qualquer afronta à operacionalização de planos de imunização federais, estaduais, distritais ou municipais, para todas as vacinas e não apenas a contra a Covid-19.
O projeto aprovado é de autoria do deputado Fernando Rodolfo (PL-PE), mas outros 17 projetos similares foram juntados. A relatora Margarete Coelho (PP-PI) manteve também uma forma qualificada do crime de peculato, com pena de prisão de três a 13 anos e multa para apropriação, desvio ou subtração de bem ou insumo médico, terapêutico, sanitário, vacinal ou de imunização, público ou particular.
“Estes infratores se utilizam da relação, do poder econômico, para tirarem proveito e se anteciparem ao processo de vacinação. Esse projeto aprovado beneficia os grupos de riscos e as pessoas que precisam ter prioridade, de fato‘, disse o líder do Cidadania, Alex Manente (SP).
Fraude?
Em Goiânia, a idosa Floramy Jordão, de 88 anos, foi se vacinar anteontem. A enfermeira injetou a agulha no braço dela, mas não inoculou o imunizante. “Eu estava filmando e percebi que ela não tinha aplicado, pois a vacina estava toda na seringa”, diz a filha Luciana, de 57 anos. Questionei e ela admitiu que não tinha injetado. Disse que foi um erro e vacinou de novo.” A prefeitura apura o caso e a profissional foi afastada. (Estadão Conteúdo)