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Bolsonaro sobre laranjas: "determinei à PF que investigue"

13 de Fevereiro de 2019 às 23:43

Jair Bolsonaro e Gustavo Bebbiano. Crédito da Foto: Arquivo AFP / Mauro Pimentel (11/10/2018) Jair Bolsonaro e Gustavo Bebbiano. Crédito da Foto: Arquivo AFP / Mauro Pimentel (11/10/2018)

Em entrevista gravada ao Jornal da Record nesta quarta-feira (13), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que, caso seja comprovado que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, esteve envolvido num esquema de candidatura laranja do PSL na última eleição, o destino do ministro será "voltar às suas origens".

Bolsonaro negou ainda que tenha conversado com Bebianno enquanto ainda estava no hospital. Nesta tarde, o filho do presidente e vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro usou o Twitter para desmentir Bebianno, que disse ter conversado três vezes com o presidente na terça (12). "Apenas a verdade: Bolsonaro não tratou com Bebiano (sic) o assunto exposto pelo 'O Globo' como disse que tratou", diz a postagem. Carlos Bolsonaro também publicou um áudio que indica ter sido gravado pelo presidente em que Bolsonaro diz a Bebianno que não falará com ninguém.

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Questionado se sabia sobre o esquema de candidatura laranja denunciado pela imprensa, Bolsonaro afirmou que, na época, estava em casa, "em convalescença". "E mesmo que não estivesse, não tenho como acompanhar tudo isso aí. Agora, já determinei à Polícia Federal que abra inquérito e investigue esse caso".

"O partido tem que ter consciência. Não são todos, é uma minoria do partido que está aí nesse tipo de operação que nós não podemos concordar", acrescentou, durante a entrevista.

Bebianno diz não ter intenção de se demitir

Mais tarde, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, afirmou à GloboNews que não tem intenção de se demitir do cargo após ser desmentido publicamente por Jair Bolsonaro e pelo filho do presidente, Carlos Bolsonaro.

"Não tenho essa intenção porque não fiz nada de errado. Meu trabalho continua sendo em benefício do Brasil. O presidente, se entender que eu não deva mais continuar, ele certamente vai me comunicar. Mas tenho que minha relação com ele sempre foi a melhor possível, da minha parte tudo foi feito com honestidade e correção. Vamos esperar para ver o que acontece", declarou Bebianno à emissora.

Mais cedo, Carlos Bolsonaro usou o Twitter para desmentir Bebianno, que dissera ter conversado três vezes com o presidente por telefone sobre as denúncias de que o PSL colocou laranjas como candidatas para desviar dinheiro do fundo eleitoral na eleição do ano passado. À época, Bebianno presidia o PSL. A intenção do ministro com a declaração era mostrar que não havia crise instalada no governo por causa do caso, revelado pelo jornal Folha de S.Paulo.

À Globonews, Bebianno negou ter mentido sobre ter falado com Bolsonaro. "Mantive contatos com o presidente, como eu já disse. Tratamos de um assunto institucional e de um outro assunto relacionado à viagem que seria feita ao Pará. (...) Contato houve, houve troca de contato por WhatsApp, alguns poucos áudios "

Bebianno disse ainda que recebeu as notícias sobre as postagens nas redes sociais com "certa tristeza e perplexidade" e que não entrará na discussão com Carlos. "Enquanto ministro de Estado, vou manter a minha postura e liturgia inerente à função. Eu não comento esse tipo de coisa."

Sobre a acusação de repasse a uma candidata laranja do PSL na última eleição, enquanto Bebianno era presidente do partido, o ministro negou irregularidades e afirmou que seria "humanamente impossível" saber se determinado candidato do partido teria condições de se eleger ou não. (Letícia Fucuchima - Estadão Conteúdo)

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