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Barreiras e fiscalização não afastam banhistas do litoral

16 de Fevereiro de 2021 às 00:01

Barreiras e fiscalização não afastam banhistas do litoral Movimento de banhistas na Praia do Boqueirão, em Santos. Crédito da foto: Fernanda Luz / Estadão Conteúdo

Praias do litoral de São Paulo registraram movimento alto de veranistas ontem (15), apesar do cancelamento de ponto facultativo do Carnaval pelas prefeituras, conforme decisão do governo estadual, por causa da pandemia do novo coronavírus. Segundo a Ecovias, 265 mil veículos desceram ao litoral paulista desde sexta-feira (12), sendo que 200 mil já retornaram.

Em Guarujá, está permitida a disponibilização, por cada ambulante ou quiosque, de no máximo dez guarda-sóis, com duas cadeiras cada. Para hotéis, pousadas e condomínios, a regra tem uma diferença: a oferta está restrita a um guarda-sol e duas cadeiras para cada quarto ou unidade habitacional.

Porém, mesmo com as medidas adotadas pelo poder público municipal, foi possível identificar aglomeração em alguns pontos da faixa de areia. “Para uma segunda-feira a praia está cheia, mas o consumo está bem abaixo. Até agora só vendi meia porção de peixe e uma de batata. No sábado e domingo, foi melhor”, disse a ambulante Vanessa Souza, 37 anos.

As cidades da Baixada Santista realizaram no final de semana barreiras sanitárias para orientar os turistas quanto às medidas de prevenção contra a Covid-19. “No final de semana havia mais gente porque tinha o pessoal que faz o bate-volta. Eles vêm e ficam apenas no final de semana”, afirmou o ambulante José Martins, 56 anos.

Já no litoral norte, o movimento de banhistas permaneceu bem abaixo do esperado ontem. Comerciantes estimam uma queda no faturamento de até 70% em comparação ao mesmo período no ano passado. Em São Sebastião e Caraguatatuba, as prefeituras limitaram a capacidade dos estabelecimentos na orla. Em Ubatuba, mesas e cadeiras na faixa de areia foram proibidas.

Para o comerciante Valdir Zapelão, de 70 anos, do Quiosque Golfinhos, na Praia Grande, a mais procurada de Ubatuba, este é o pior Carnaval dos 24 anos que administra o estabelecimento. Ele culpa as restrições impostas pela prefeitura, que proibiu mesas e cadeiras na areia da praia e permitiu apenas 40% da ocupação no interior do estabelecimento. Stefhane Carmo, que trabalha no Quiosque Canto Bravo, na Praia Martim de Sá, a mais frequentada de Caraguatatuba, avalia que o movimento está 60% menor que o registrado no mesmo período do ano passado.

Em Maresias, destino badalado da costa sebastianense, o movimento de banhistas foi maior, embora seja limitado pelas regras impostas pela prefeitura aos quiosques. O Kanaloa, por exemplo, tinha suas 18 mesas ocupadas pela manhã. “No ano passado, trabalhamos com 45 mesas, todas lotadas diariamente. Se pudéssemos ampliar o número, hoje, não faltariam clientes”, afirmou Jairo Salgado, gerente do estabelecimento. (Lucas Melo e Salim Burihan / Estadão Conteúdo)