O Que É A Compulsão Alimentar

Por Senhor Tanquinho

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O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP), também conhecido como Binge Eating ou apenas Compulsão Alimentar foi descrito pela primeira vez nos anos 1950.

No entanto, sua elevação à categoria diagnóstica apenas ocorreu em 1994.

De 1994 a 2016 são 22 anos.

E sei que 22 anos pode parecer muito tempo para algumas pessoas, mas para a ciência tal período é bem curto.

Portanto, ainda há muitas incertezas quanto a esse diagnóstico, uma vez que não é possível a caracterização da quantidade de alimentos ingeridos, duração de um episódio de comer compulsivo, ou mesmo o valor da perda de controle sobre a ingestão alimentar.

Todas essas informações são subjetivas e variam de um indivíduo para outro, dificultando a identificação da síndrome.

Desta forma, estudos epidemiológicos podem revelar diferentes dados de caracterização da população portadora deste transtorno — sendo que todos os autores que pesquisam tal assunto citam que ainda faltam muitas pesquisas e evidências científicas relacionadas à síndrome.

Mas o que é exatamente isso?

O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) é uma desordem onde o comportamento alimentar é caracterizado pela ingestão de grande quantidade de alimentos em um período de tempo delimitado e relativamente curto — acompanhado da sensação de perda de controle sobre o quê ou o quanto se come.

Ao contrário da Bulimia, não há qualquer ação compensatória na tentativa de evitar o ganho de peso (como usar laxativos, realizar exercícios físicos em demasia ou provocar vômito).

Além disso, a compulsão alimentar também é acompanhada por sentimentos de angústia subjetiva, incluindo vergonha e/ou nojo.

É o transtorno alimentar mais comum nos Estados Unidos, afetando cerca de 1 a 5% da população geral, sendo 60% mulheres e 40% homens.

A associação com outros transtornos é extremamente comum, principalmente depressão e ansiedade.

Frequentemente, as pessoas que sofrem dessa síndrome também estão insatisfeitas com seu próprio corpo, e também possuem baixa tolerância a frustrações.

Ao contrário dos que muitos pensam, a maior parte das pessoas portadoras de obesidade não sofrem de compulsão alimentar — sendo que mais de 60% dos indivíduos que apresentam transtorno alimentar tipo compulsivo possuem peso normal ou sobrepeso moderado.

O tratamento deve ser realizado de forma multiprofissional, com psiquiatra, psicólogo e nutricionista, os quais irão avaliar riscos intrínsecos, necessidade de medicação e presença de comorbidades.

(Nota: comorbidade é o nome que se dá quando duas ou mais doenças acontecem de maneira relacionada — um exemplo seria a diabetes e a esteatose hepática.)

Fonte: Compulsão alimentar — O que é esse transtorno (TCAP)

Referências:

 

 

  • Spitzer, R.L.; Yanovski, S.; Wadden, T. et al.- Binge Eating Disorder: its further validation in a multisite study. Int J Eat Dis 13: 137–53, 1993.