Mercado global de suplementos pode atingir US$ 240 bi até 2028
Crescimento de 8,5% ao ano é impulsionado por envelhecimento populacional e foco em saúde preventiva
O mercado global de suplementos alimentares deve alcançar US$ 240,9 bilhões até 2028, segundo projeção da Facts & Factors. A taxa de crescimento anual composta fica em 8,5%, partindo de uma base de US$ 192,7 bilhões registrada em 2024 pela Grand View Research.
Três fatores sustentam a expansão: envelhecimento da população mundial, mudanças no comportamento de consumo e avanços nas regulamentações sanitárias. Entre os produtos, as vitaminas lideram as vendas com participação entre 28% e 32% do total global em 2024, de acordo com a consultoria Mordor Intelligence.
Os dados mostram, ainda, que os ingredientes considerados especiais e os produtos para nutrição esportiva ganham cada vez mais espaço no mercado consumidor.
Ásia responde por quase metade do mercado mundial
A região asiática concentra cerca de metade das vendas mundiais. Sozinha, a China detém até 49% do mercado asiático, de acordo com a Mordor Intelligence. Três dinâmicas explicam o domínio asiático. Primeiro, o envelhecimento acelerado da população cria demanda por produtos que retardam efeitos do tempo. Em segundo lugar, a expansão da classe média aumenta o poder de compra para itens de saúde preventiva.
A terceira dinâmica, replicada em outros países, envolve a integração de ingredientes de culturas tradicionais, como a maca peruana, às formulações modernas, seguindo a lógica dos fabricantes que unem componentes da medicina tradicional chinesa e ayurvédica.
A Grand View Research projeta que a região Ásia-Pacífico manterá crescimento anual de 9,7% até 2033. O Japão aparece com taxa ainda maior: 10,6% ao ano no mesmo período. Plataformas de e-commerce facilitam a distribuição, especialmente em áreas rurais onde lojas físicas são escassas.
EUA lideram consumo; Brasil deve faturar mais de R$ 10 bi
Três em cada quatro adultos norte-americanos usam suplementos de forma regular, segundo a pesquisa CRN Consumer Survey publicada em outubro de 2024. O levantamento da Ipsos ouviu 3.194 pessoas e apurou gasto mensal médio de US$ 50 por consumidor. O mercado estadunidense movimentou US$ 54,8 bilhões em 2024, e a Grand View Research estima US$ 76,9 bilhões até 2030.
No Brasil, a consultoria Yourside e Arton Advisors projeta R$ 10,8 bilhões de faturamento para o setor até 2028. O primeiro trimestre de 2024 registrou expansão de 43% sobre o mesmo período de 2023, segundo análise da InterPlayers.
Dados do Ministério da Saúde indicam que 59% dos domicílios brasileiros têm pelo menos uma pessoa que consome suplementos regularmente. Um estudo da Redirection International identificou 20 operações de fusões e aquisições no setor entre março de 2023 e abril de 2025.
O foco do setor no país está em alimentos funcionais, marcas com relacionamento próximo ao consumidor e apelo ao bem-estar. Um exemplo é a incorporação do morosil em formulações voltadas para o emagrecimento.
O que é sucesso e o que é novidade nas prateleiras do setor
As vitaminas mantêm a liderança entre as categorias mais vendidas, segundo a Grand View Research e a Mordor Intelligence. Ingredientes especiais aparecem em segundo lugar, seguidos por ervas e botânicos e nutrição esportiva.
As gomas registram a taxa de crescimento mais acelerada entre os formatos, com projeção de 12% ao ano até 2030. Cápsulas e softgels seguem dominantes: respondem por 38% do mercado em 2024, segundo a Mordor Intelligence.
Os adaptógenos ganham cada vez mais espaço, como é o caso da ashwagandha: apenas 2% dos consumidores a utilizavam em 2020, percentual que quadruplicou para 8% em 2024, conforme a Grand View Research. O magnésio também avançou, com a taxa de adoção subindo de 19% para 23% no período. Já a melatonina conquistou o público adulto americano, passando de 10% para 16%, segundo dados do CRN.
Já as proteínas à base de plantas devem movimentar US$ 20,5 bilhões até 2029, impulsionadas pela busca por alternativas sustentáveis e melhor toleradas pelo organismo. A proteína de ervilha e a de arroz se destacam com base em benefícios em saciedade e saúde cardiovascular.
Ainda de acordo com os estudos, colágeno, probióticos, prebióticos e postbióticos estão e seguirão em alta pelos próximos anos.