A história da calça jeans

Imagino que a vida toda você vestiu ou viu pessoas diariamente usando calça jeans, mas alguma vez já se perguntou sobre a sua origem? Como essa peça ficou tão popular? Ou então por que nunca saiu de moda? Bom, por meio deste texto, apresento-lhes a incrível e curiosa história da calça jeans.

O jeans tem uma longa história no cenário fashion... Uma boa parte das pessoas acham que teve origem nos Estados Unidos, mas não. Tudo começou em 1792, na cidade de Nimes, na região sul da França, e ele servia como material para confecção de roupas para trabalho no campo e para as longas viagens de marinheiros. Nessa época, ainda pouco maleável e tingido em tons de marrom, era chamado de Tecido de Nimes e logo passou a ser abreviado apenas para denim.

E diferente de outros tecidos, como a seda, por exemplo, o jeans não necessitava de muita manutenção, sendo a opção perfeita para quem precisava de durabilidade e praticidade.

Em 1837, na era da Corrida do Ouro na Califórnia, o tecido com toda a sua tecnologia resistente chamou a atenção do alemão Oscar Levi Strauss. Visionário, ele importou o material para o solo americano, adaptando-o para a indumentária dos mineradores e transformando-o em uma versão mais confortável, leve e durável.

Assim, em meados de 1860, nascia a primeira calça Levi’s, o famoso modelo "501". Na época, muito diferente da versão atual, já estava patenteada e com enorme força comercial. As peças caíram no gosto popular e foram adotadas pelos ferroviários e trabalhadores rurais. Então, ao longo dos anos a versão tradicional foi sofrendo algumas alterações, como a inclusão de botões de metal, bolsos traseiros e etiquetas de couro.

A febre e o apelo de tendência começou em 1930, através dos looks vistos em filmes hollywoodianos de faroeste com os famosos cowboys americanos. E com a Segunda Guerra Mundial, o conceito de virilidade masculina veio à tona e o denim ganhou ainda mais destaque entre o público masculino, já que era utilizado pelos soldados do exército norte-americano.

Já em 1950, veio o boom absoluto mais uma vez endossado por celebridades de Hollywood como Marlon Brando e James Dean - o eterno estilo bad boy (ou "rebelde sem causa") que criou o look blue jeans & t-shirt, receita fácil de estilo adorada e repetida incansavelmente por fashionistas até os dias de hoje.

Marilyn Monroe, com todo o seu glamour sensual, também entrou na onda do tecido na época, trazendo a proposta para um nível mais comercial e de puro sucesso. Afinal, as mulheres também podiam vestir calças jeans, não é mesmo?

Mas foi na década de 70 que a clássica versão jeans foi repaginada e ganhou um visual inusitado principalmente pelo movimento hippie e pelo festival de Woodstock. A moda hippie e todo o seu conceito livre e descolado, tinha como look marcante o camisetas ou batas em tie-dye (psicodélico e feito à mão) e, claro, o jeans boca de sino.

Também foi nesse período que o jeans passou a fazer parte das coleções de grandes nomes da moda, como Ralph Lauren e Calvin Klein. Isso fez com que alguns modelos fossem transformados em itens de luxo, desejo, sofisticação e sensualidade. Algumas peças foram ajustadas ao corpo para dar destaque ao quadril e deixar o visual ainda mais sexy.

Já a década de 80 foi marcada pelos figurinos exóticos e cheios de originalidade. Contudo, é nessa fase que o jeans teve boa aceitação e foi adotado pelo público jovem e com ideologia rebelde. Como é o caso dos punks que, aos poucos, conseguiram levar muitas das suas características ousadas para o vestuário - como o uso de camisetas, regatas e a customização de peças com spikes, grampos e tachas. Aqui, a calça jeans trazia a modelagem baggy, com a cintura alta e caimento mais largo no corpo.

A década também foi marcada pelo surgimento dos yuppies - público jovem, de classe média-alta, que trabalhava em grandes empresas, usava ternos, gravatas, casacos de grifes e muita alfaiataria. Foi sob a influência desse público que o jeans entrou na esfera da alta costura. Grifes como Versace, por exemplo, colocaram o denim para desfilar nas principais passarelas de Paris e Milão.

Além disso, com a chegada do japonismo, o jeans ganhou novas texturas e modelagens. Cortes oversized e visuais desgastados e rasgados foram muito utilizados por ícones da cultura pop, como a cantora Madonna.

No começo da década de 90, o estilo grunge estava em alta e a camisa xadrez junto da calça jeans desbotada (e às vezes até naturalmente suja) era de uso obrigatório aos jovens que se identificavam com este estilo. Mas para os menos ousados e mais básicos, o look composto por camiseta t-shirt com calças jeans cintura alta, na altura do umbigo ou até mais alta, e tênis estava em evidência. 

Já os anos 2000 foram marcados pelo uso das calças Saint-Tropez, que traziam uma modelagem skinny e cintura baixa, com a finalidade de valorizar o bumbum, a cintura e as coxas. Para combinar com o visual, muitos ainda utilizavam top cropped, cintos e correntes.

Celebridades como Britney Spears e Christina Aguilera foram exemplos dos ícones que ajudaram a deixar essa versão ainda mais popular. No entanto, o modelo logo caiu em desuso após alguns anos, já que o seu formato era pouco confortável e, com o uso contínuo, poderiam comprometer o corpo das mulheres.

Desde então o jeans passou por inúmeras transformações e - entre novidades cada vez mais ousadas - voltou às suas origens importando as versões mais clássicas para o topo da lista de desejo das mais descoladas. O mais interessante em sua história é que a calça jeans não foi criada por estilistas, mas sim, popularizada e massificada a partir do seu uso pela classe trabalhadora.

Hoje existem inúmeros modelos de calças jeans construídos em diversos materiais que se tornam essenciais em qualquer look e em qualquer ocasião, e também para todos os tipos de corpos. E sem dúvidas, a calça jeans é a peça de roupa mais versátil de todos os tempos!

AGORA ME DIZ: O que achou da história da calça jeans? E qual modelo de jeans é o seu preferido?

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