Buscar no Cruzeiro

Buscar

Editorial

Do descobrimento à independência

22 de Abril de 2024 às 22:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
placeholder
placeholder

Há 524 anos, em 22 de abril de 1500, o Brasil era “descoberto” por Pedro Álvares Cabral, explorador português que comandava uma frota de treze caravelas e pouco mais de mil pessoas.

A chegada dos portugueses ao Brasil foi parte do processo das grandes navegações portuguesas. O interesse de Portugal era chegar à Índia, mas os ventos acabaram trazendo os navegadores para cá. O primeiro ponto do Brasil avistado pela frota de Cabral foi a região do Monte Pascoal, na Bahia, onde hoje está sediado o Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal, no município de Porto Seguro, no sul do Estado da Bahia, e que se transformou no marco para a história brasileira. Porto Seguro é vizinho de Santa Cruz Cabrália e Prado, as primeiras porções de terra avistada pelos portugueses.

O interessante é que pouco se comemora o 22 de abril. A data do descobrimento era um feriado nacional até 1930, mas deixou de sê-lo quando uma lei, emitida pelo governo de Getúlio Vargas, aboliu alguns feriados do nosso calendário.

Vale lembrar que três dias antes do 22 de abril, portanto, o 19 de abril, é comemorado o Dia do Índio. Aliás, os índios já habitavam as terras “brasileiras” quando Cabral chegou por aqui. Estima-se que eram entre um e cinco milhões de índios. Os tupis ocupavam a região costeira que se estende do Ceará à cidade do litoral paulista chamada Cananeia. Os guaranis, por sua vez, espalhavam-se pelo litoral sul do País e a zona do interior, na bacia dos rios Paraná e Paraguai. Em outras regiões, encontravam-se outras tribos, genericamente chamados de tapuias, palavra tupi que designa os índios que falam outra língua.

Abril é um mês importante para o calendário, já que ainda tem o 21 de abril. Dia de Tiradentes e o aniversário de fundação de Brasília.

Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi um dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político nascido no então Estado do Brasil, ainda uma colônia portuguesa, que atuou nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Nos livros de história é apresentado como patrono cívico do Brasil, além de patrono das polícias militares e Civis dos estados brasileiros. Tiradentes é nacionalmente conhecido por liderar a conspiração separatista denominada Inconfidência Mineira, contra o domínio português. Quando a trama foi descoberta pelas autoridades, ele foi preso, julgado e enforcado publicamente. Desde o advento da República no Brasil, em 1889, Tiradentes é considerado herói nacional. um mártir. O dia da morte de Tiradentes é feriado nacional. Brasília, idealizada por Juscelino Kubitschek de Oliveira e projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer para ser a sede administrativa do governo brasileiro, foi inaugurada em 21 de abril de 1960 não ao acaso sim por representar uma data que reverencia um símbolo da luta pela independência e pelos valores republicanos no Brasil.

Voltando ao descobrimento do Brasil, dois outros acontecimentos, marcos decisivos para o País de hoje, também são comemorados com feriado nacional: o 7 de setembro — Dia da Independência do Brasil — e o 15 de novembro — Dia da Proclamação da República.

A independência do Brasil aconteceu em 7 de setembro de 1822, quando Dom Pedro I proclamou o grito da independência às margens do rio Ipiranga, na atual cidade de São Paulo. Com isso, o Brasil rompia sua ligação com Portugal e consolidando-se como nação independente.

A Proclamação da República é considerada uma das datas mais importantes da história brasileira. A República foi resultado de um movimento articulado entre exército e civis insatisfeitos com a monarquia, que vigorava no País desde 1822, tendo à frente o Marechal Deodoro da Fonseca

São relatos históricos que determinaram os rumos do Brasil e que os brasileiros devem sempre se lembrar, independentemente se tem feriado ou não. Afinal como escreveu a historiadora e professora paulista Emília Viotti da Costa (1928-2017), “um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado”.