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Marcelo Augusto Paiva Pereira

Arquitetura sustentável: o espírito do lugar

18 de Abril de 2024 às 23:33
Cruzeiro do Sul [email protected]
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.. (Crédito: DIVULGAÇÃO / PIRELLI)

No Brasil o tema da sustentabilidade teve início em 1991, com um projeto de lei sobre os resíduos hospitalares e de instituições da área da saúde. O movimento da sustentabilidade surgiu devido à degradação do meio ambiente (natural e artificial), cujo escopo é preservá-lo em favor da sobrevivência das espécies e da humanidade. Abaixo seguem alguns comentários.

Aludido movimento atua na área da arquitetura e urbanismo como critério de elaboração e implantação de projetos. A ética a que se propõe é preservar o meio ambiente às presentes e futuras gerações e tem, por estética, os atributos apreciáveis dos projetos em benefício da melhor qualidade de vida das mencionadas gerações.

A sustentabilidade é instruída por vários princípios, que informam nossas condutas em relação à interação com o meio ambiente, ao qual a obra deverá ser harmônica, seja ela resultante da arquitetura técnica ou vernacular. À interação dá-se o nome de “espírito do lugar” e, quanto àquelas, a sustentabilidade visa conciliá-las para delas extrair os mais adequados projetos e construções e harmonizá-las aos ambientes a que se destinam.

Suas diretrizes são as análises preliminares dos aspectos naturais, da infraestrutura, vizinhança, legislação e o perfil ambiental do empreendimento, que deverá abordar o programa de necessidades, os objetivos ambientais e os elementos do clima. As referidas servem de pressupostos ao projeto (ou desenho) sustentável, que deverá atribuir uso racional dos recursos naturais com vistas ao conforto ambiental e à preservação do meio ambiente. Seu conceito é sistêmico (abrange várias áreas do conhecimento) e é suporte à arquitetura sustentável.

A arquitetura sustentável poderá ampliar o conforto e a redução de recursos naturais mediante os parâmetros de economia, qualidade e durabilidade das obras, os princípios de minimização dos impactos ambientais e do uso racional dos recursos naturais não renováveis, acompanhada dos princípios do desenvolvimento sustentável (preservação dos recursos naturais e do meio ambiente, solidariedade às gerações futuras e satisfação das nossas necessidades básicas).

Mencionada arquitetura depende do sistema que define sustentabilidade e da obediência aos pressupostos do projeto sustentável, o qual deverá apresentar eficiência energética, sanitária e administrativa, reduzir o consumo de fontes energéticas não renováveis, substituí-las pelas renováveis, minimizar a emissão de poluentes e melhorar a distribuição de luz, ventilação, temperatura e acústica nos ambientes da obra implantada.

Conclusivamente, arquitetura sustentável é um ramo da arquitetura e urbanismo com o escopo de preservar o meio ambiente natural às presentes e futuras gerações e assegurar o conforto ambiental a que todos têm direito. Será o espírito do lugar de cada projeto ao acolher os pressupostos de projeto sustentável, examinar as melhores soluções da arquitetura técnica e vernacular e interagir harmonicamente com o local de implantação. Nada a mais.

Marcelo Augusto Paiva Pereira é arquiteto e urbanista