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Lazer em família

Passeio de rolimã: uma brincadeira que une gerações

Carrinhos de madeira "invadiram" a rua São Bento para mais um dia de muita diversão e nostalgia

04 de Maio de 2024 às 22:00
Thaís Marcolino [email protected]
Participantes desceram as ruas do Centro de Sorocaba
Participantes desceram as ruas do Centro de Sorocaba (Crédito: DIVULGAÇÃO SECOM SOROCABA)

O carrinho de rolimã é uma brincadeira antiga e, dificilmente, a criançada de hoje conhece, principalmente o “velho” e clássico modelo feito de madeira. Ele fez muito sucesso nos anos 1950 e 1960, mas até os anos 90 há quem descesse as ladeiras nesse veículo um tanto quanto inusitado e sem motor, movido, apenas, pela força da gravidade.

Felipe Ferreira Bueno da Silva, de sete anos, até conhecia o rolimã, mas foi a experiência de brincar ao lado dos pais, que tirou o medo que ele sentia do veículo. “Ele era um pouquinho difícil de dirigir, né? Até me dava um pouco de medo, mas consegui”, contou o menino. “Desci e subi muitas vezes. Foi divertido demais. Quero ir sempre”, complementou.

A vivência dele ocorreu no final de março, no Centro de Sorocaba. Organizado pela Prefeitura de Sorocaba, o “Passeio de Rolimã” reuniu mais de mil pessoas. A ação, realizada pela segunda vez, foi uma experiência única, principalmente para as famílias mostrarem aos pequenos como eram as “brincadeiras de antigamente”.

“É gratificante demais e um privilégio gigante poder mostrar pra ele como brincávamos, sem telas e sem a tecnologia de hoje. Nós gostamos muito e saímos muito feliz”, disse Janaina Ferreira Moraes, mãe do Felipe. A família contou, ainda, com a presença do papai Vivaldo Junior Bueno da Silva.

A brincadeira durou cerca de quatro horas e percorreu toda a extensão das ruas Padre Luiz até a Barão do Rio Branco. Apesar do nome ser passeio de rolimã, a atividade reuniu, também, pessoas com roller (tipo de patins com rodas centrais), skate, triciclo e até patinete. O importante era se divertir, independente do veículo usado. Só não podia ser motorizado. Os participantes tinham de levar, além de seus carrinhos, equipamentos básicos de segurança, como capacete, joelheiras e cotoveleiras.

E a família Leite Maimone fez questão de se divertir com o típico carrinho de rolimã. O modelo, inclusive, reviveu um momento único. Eles criaram o carrinho do zero e o vovô Zé ajudou. “Ele sempre muito dedicado e caprichoso e nos ajudou demais na construção dos carrinhos, foi um momento incrível pois era algo que também o fez relembrar da infância”, contou a artesã Viviane Cristina Leite Maimone.

Ela foi a responsável, ao lado do esposo Cassiano Régis Maimone, de levar os pequenos Arthur e Vinícius Leite Maimone, de 10 e oito anos, respectivamente ao passeio pela primeira vez. “Achamos muito legal, as crianças se divertiram, foi emocionante. muitas famílias reunidas. Notava-se que todos estavam lá pela brincadeira, havia respeito entre as pessoas. O clima ajudou, o dia estava bonito”, complementou a artesã.

Já os pequenos também não deixaram de elogiar a iniciativa. “Quando a mamãe falou do evento ficamos muito animados e ansiosos”, comentou Arthur. O seu irmão, Vinícius nunca tinha tido a experiência e conhecia o rolimã apenas pela TV, mas adorou. “Foi muito legal, queremos voltar se tiver”, disse.

Ele também está moderno

Hoje, o carrinho de rolimã ainda é um brinquedo popular e uma atividade de lazer para muitas pessoas em todo o mundo. Embora os designs dos carrinhos tenham evoluído com o tempo, a essência do brinquedo ainda é a mesma.

Não só é um brinquedo para criança, como também é colocado em competições. Viu só que divertido? Uma brincadeira antiga que não morreu com o tempo.

Carrinho surgiu entre os anos 50 e 60

Em uma busca rápida pela internet achamos algumas versões sobre a origem do carrinho de rolimã. Os registros apontam para sua origem entre as décadas de 50 e 60. É também uma brincadeira típica de centros urbanos já que é preciso que a rua seja asfaltada e, de preferência, íngreme. Isso porque, o carrinho não tem motor e fica mais fácil descer ladeiras aproveitando a gravidade para pegar velocidade.

A simplicidade das antigas brincadeiras de rua também é um ponto comum entre as páginas que falam sobre o tema. Antigamente era normal que as crianças brincassem na rua e o rolimã era uma das atividades populares. Naquela época não existia telefone celular, muito menos internet móvel. Sem o apelo da tecnologia, brincadeiras de bola e jogos de tabuleiro também faziam parte do cotidiano das crianças.

Pelo Brasil o carrinho de rolimã também recebe outros nomes e também é conhecido como carrinho de lomba, simplesmente rolimã, ou carrinho de rolimã de madeira. Apesar de ser uma brincadeira de criança, muitos grandinhos adotavam a confecção dos carrinhos como passatempo. A construção envolve conceitos básicos de engenharia como a criação de um sistema de direção, freios e rodas. É ainda uma oportunidade de aprendizado prático para jovens e adultos.

A próxima edição do passeio ainda não foi divulgada pela prefeitura, mas que tal já deixar o carrinho de rolimã pronto e, junto dos adultos, até treinar um pouquinho? Fazer o carrinho em família também pode ser uma atividade muito prazerosa. Os adultos ficam com as partes que envolvem cortes com serra e furadeira, já as crianças podem se ocupar da pintura e decoração do carrinho. Sem dúvida, será um ótimo trabalho em equipe.

 

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